As notícias sobre ataques e violência em escolas sempre foram destaque em países como os Estados Unidos. Porém, nos últimos anos, tragédias como essa têm ocupado as manchetes em nosso país. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Sou da Paz no final de novembro do ano passado, desde 2002 o Brasil registrou 12 episódios de ataques com armas de fogo em escolas brasileiras.

Em nossa região, um caso chocou o país. O massacre na Escola Prof. Raul Brasil, em Suzano, que completou no mês passado quatro anos, deixando dez mortos, incluindo os dois atiradores, e 11 feridos. Em outras regiões do país houve outros casos de grande repercussão, como o ataque em Aracruz, no Espírito Santo, no ano passado; da escola na Vila Sônia, em São Paulo, no mês passado e, o mais recente, o ataque a uma creche em Blumenau, em Santa Catarina, que deixou quatro crianças mortas e outras cinco feridas.

Há muitos questionamentos sobre o que tem levado a atos tão violentos como esses. Alguns deles estão ligados a fatores culturais e sociais, e não apenas relacionados à saúde mental dos autores. A sociedade tem vivido um momento extremamente violento e as pessoas veem a violência como forma de resolução de conflitos. Em casos de bullying, por exemplo, os jovens encontram na agressão uma maneira de se vingar. Não há mais conversa.

Na última semana, parlamentares discutiram a instalação de detectores de metais, aumento de pena e combate ao ódio, criação de dispositivos para prevenção de atos de violência nas escolas, mas é fundamental ir além disso. É preciso investir em Educação, ter medidas de segurança no ambiente digital, e principalmente familiar, onde relações distantes e superficiais podem estimular sentimentos de rejeição e abandono.

Existem muitas especulações sobre o assunto, e a Imprensa a partir de agora, não dará mais visibilidade aos autores desses crimes e nem divulgará seus nomes, fotos ou vídeos de atos como esse que possam ser encarados como "troféus". Eles terão sim a reprodução dos danos à população de um modo geral e, principalmente, às vítimas.