Frente a grande desigualdade social vivenciada pelo país, programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, que já foi chamado de Auxílio Brasil na gestão anterior, se mostra como uma importante política pública para garantir o mínimo a quem vive em situação de extrema vulnerabilidade. A mudança, com o retorno do nome e reforço no valor, é bem-vinda, assim como a verificação de possíveis inconsistências que possam ocorrer, diante daqueles que tentam se aproveitar do programa.

Por isso é preciso que as políticas públicas se baseiem em dados, números como os apontados pelas pesquisas do IBGE, o Censo que finalmente deve ser concluído, e vão permitir conhecer melhor a população do país e as condições em que vivemos. Porém, não são precisos muitos dados para perceber como aumentou o número de pessoas vivendo em situação de rua, o que também demanda políticas de assistência social, e não apenas de segurança para desmobilizar grupos que se formam aqui e ali nas cidades da região.

O trabalho com os menos favorecidos deve incluir o básico, desde uma moradia digna - outro problema não só da região, mas do Estado e de todo o país é o grande déficit habitacional, que leva famílias para áreas de risco como vimos na recente temporada de chuvas, e também o acesso a serviços de qualidade na educação e saúde. Tudo que permita termos oportunidades semelhantes, que todos se sintam abraçados pelo poder público e pela sociedade de forma geral, sem os grandes abismos dos dias de hoje, reforçados pelos períodos mais duros da pandemia de Covid-19.

É fundamental auxiliar as famílias vulneráveis para que realmente possam manter seus filhos na escola, dando a eles o mínimo, da mesma forma a entrega do uniforme e de material escolar, realizada anualmente pelas prefeituras, também estimulam a permanência. Certamente a educação é um caminho poderoso para vencer as diferenças, para irmos além, realizar sonhos, ampliar as fronteiras do mundo que conhecemos. Por isso a transferência de renda se faz tão urgente e necessária.