Os ataques violentos e possíveis tentativas de agressão contra professores e estudantes, no ambiente que deveria ser símbolo de acolhimento e segurança, colocam em estado de alerta toda a população. Os momentos de terror registrados recentemente em uma escola da capital, que resultou na morte de uma professora, relembram a tragédia vivida em Suzano, com dez mortos na Escola Raul Brasil, em 2019.
Difícil imaginar o que se passa na mente de um jovem que se propõem a realizar um ato de extrema violência como esse, pronto para aterrorizar e ferir professores e colegas. A experiência de um tudo ou nada, antes visto apenas em outros países, de consequências terríveis.
Mas, a violência, em menores proporções, há tempos invadiu o ambiente escolar no país, não são poucas as agressões a professores e funcionários, e os casos de bullying se multiplicam, além dos frequentes roubos e furtos. Não à toda muitas escolas públicas têm grades para todos os lados.
E como está a atenção à saúde mental de nossas crianças e adolescentes, por vezes presos a tela do celular por horas? É um fator que precisa ser olhado com mais atenção, ser alvo de políticas públicas que sejam efetivas e não existam apenas no papel.
É preciso um esforço conjunto para resgatar o pertencimento à comunidade, principalmente a escolar, que vem desde a melhora na qualidade do ensino que é oferecido, a estrutura das escolas, o investimento nos professores e o acompanhamento de perto de pais e responsáveis pelos estudantes. Não adianta atuarmos apenas depois que a tragédia anunciada se confirma.
Como bem destaca nossa articulista Suéller Costa, pedagoga e educomunicadora, há sinais de alerta, e os muitos conflitos do cotidiano, com pessoas cada vez mais reativas, repercutem no ambiente escolar.
Há um caminho de muitos desafios pela frente para impedir que novas tragédias ocorram. O alerta cabe ao poder público, à comunidade, responsáveis e professores. Cada um com sua missão, unindo forças em busca de uma sociedade mais justa e amigável para todos.