Os anos vão e vem e alguns problemas persistem como os casos de dengue, que seguem aumentando na região, como mostra o levantamento da reportagem do Mogi News/Dat, divulgado hoje, a partir de dados apurados junto às Prefeituras das maiores cidades do Alto Tietê. Entre 2021 e 2022, o aumento do número de casos passou de 100%.

As Prefeituras seguem fazendo seu trabalho preventivo, de conscientização e visita a domicílios, mas infelizmente sem atingir o resultado desejado, que é a redução de casos. O que vemos é que o problema está com a população que não adota medidas simples, como evitar o acúmulo de água, e também as propriedades abandonadas que facilitam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, como também da zika e da chikungunya.

Talvez o fato de não ouvirmos com tanta frequência falarmos dessas doenças, nos leve ao engano de imaginar que elas se foram, que não há mais risco á população. Quando pelo contrário, ele se renova a cada ano, como vemos pelos números destacados pela reportagem.

E como sempre destacamos a importância das vacinas, algo que pode ser importante também é o imunizante contra a dengue que vem sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan. Segundo publicação do ano passado, a vacina já mostrou uma eficácia de 79,6% no estudo clínico de fase 3, fruto de um acompanhamento de dois anos com mais de 16 mil pessoas de todo o Brasil, na faixa etária de 2 a 59 anos.

Diferente da Covid-19, a dengue não se mostra como uma questão emergencial, uma pandemia que requer imunizantes de alta eficácia em pouco tempo, geralmente o tempo de fabricação das vacinas é um processo demorado. Ao todo, a vacina do Butantan contra a dengue já tem mais de 10 anos de trabalho com parceiros internacionais. O estudo deve seguir com o acompanhamento até o próximo ano.

A vacinação é fundamental e aguardamos por ela, mas não é a única solução para o aumento de casos da doença. É preciso que cada um faça sua parte, incluindo os gestores públicos, e principalmente, a população.