Em 2018, após a desclassificação da nossa seleção na Copa, o espaço do leitor em determinado jornal, entre tantas outras opiniões, trazia esta: "Futebol, agora, é coisa de europeu. O Brasil nunca mais irá ganhar uma Copa do Mundo". "Nunca" é uma expressão definitiva demais para nós humanos, limitados no tempo e no espaço. Quem garante o futuro? "Nunca" é um advérbio de negação que o Lula gostava muito de usar no início do seu primeiro governo, de forma positiva para alardear os seus feitos, servindo também como adendo negativo nas críticas dos outros que o antecederam.

Na verdade, a mesa bem arrumada, com seus talheres de prata e cálices de cristal, onde ele, no início, serviu seu banquete de projetos sociais e econômicos que foram degustados e, posteriormente, em parte realizados com sucesso por sua equipe de convidados em seu primeiro governo, infelizmente, não aconteceu na segunda vez que presidiu o país. Sobre a mesma mesa honrada de antes se fez outro banquete para festejar a reeleição e anunciar aos vários representantes dos ministérios, renovados ou não, a continuidade do seu plano de governo, porém, como os componentes da mesa tinham se embriagado com o poder e estimulados em sua voracidade nada ouviram do que foi falado pelo presidente, como também ele nada ouviu deles que estavam mais interessados em beber, comer e se enriquecer; por isso que o Lula sempre repetia "eu não sei de nada".

Nesse anarquizado e desastroso banquete, que durou os quatro anos do seu governo, a ausência de regras de etiqueta à mesa de negociação geraram falta de Educação, desprezo à Saúde e nenhuma importância ao desperdício na Economia. "Brasil, País do Futuro", obra de 1941 do autor judeu-austríaco Stefan Zweig nos faz interrogar: "Mas que futuro?" Este que estamos vendo, todos os dias, nos aponta um Brasil "gigante pela própria natureza e deitado eternamente em berço esplêndido...", e se não acordar e não se levantar pelas mãos de homens dignos nunca deixará de ser país emergente.

Mauro Jordão é médico.