O ator Flávio Migliaccio foi encontrado morto em seu sítio, na Serra do Sambê, no Rio de Janeiro, na manhã de domingo passado. De acordo com a Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, a causa da morte seria suicídio. Ele teria deixado uma carta lamentando as condições da velhice no Brasil.
Nascido numa família de 16 irmãos, entre eles havia a também atriz Dirce Migliaccio, já falecida. Ator de teatro, cinema e TV, Flávio Migliaccio teve uma bela carreira. Criou personagens inesquecíveis. Possuído pelo teatro, Flávio deu duro para se manter, já que a arte, no começo, era um bico. Foi balconista, mecânico. No teatro de periferia, descobriu sua veia cômica. Participou do politizado Teatro de Arena.
No cinema, teve um papel em O Grande Momento, de Roberto Santos, de 1956, e não parou mais. Com Santos, fez também A Hora e a Vez de Augusto Matraga. Outros papéis destacados - em Todas as Mulheres do Mundo, de Domingos Oliveira, Terra em Transe, de Glauber Rocha, Pra Quem Fica Tchau! e Os Machões, de Reginaldo Faria, Boleiros 1 e 2, de Ugo Giorgetti, e mais um grande etc.
Na TV, que lhe deu popularidade em todo o país, participou de novelas e especiais, desde o Grande Teatro Tupi, no fim dos anos 1950. Depois - Shazan, Xerife e Cia, O Casarão, O Astro, Pai Herói, A Rainha da Sucata, Perigosas Peruas, A Próxima Vítima, uma extensa lista que veio até Órfãos da Terra, pelo qual foi premiado pela APCA, em 2019.
Aldir Blanc
Também morreu na madrugada de ontem, aos 73 anos, o escritor e compositor Aldir Blanc. Ele estava internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, zona norte do Rio, com Covid-19 e seu quadro de saúde era considerado grave.
Uma das filhas, Isabel, chegou a pedir doações para possibilitar a transferência e o tratamento do artista. Segundo a assessoria, a mulher de Aldir, Mary Blanc, também testou positivo para o coronavírus e seu quadro é estável. (E.C.)