O governo Jair Bolsonaro (sem partido) é grato pelo aviso dos Estados Unidos de que o país pretendia barrar estrangeiros vindos de voos do Brasil e também por doações para ajudar no combate à pandemia da Covid-19, disse o principal diplomata brasileiro em Washington. Os Estados Unidos anunciaram a proibição no domingo, e ela entrou ontem em vigor. O Brasil tem o segundo maior número de casos confirmados de coronavírus no mundo, atrás apenas dos EUA.
"Nós estamos em contato com a Casa Branca diariamente, discutindo esse e outros assuntos", disse o encarregado de negócios da Embaixada do Brasil nos EUA, Nestor Forster. "Nós somos muito gratos pelo fato de que houve uma consulta antes, quando o presidente decidiu executar essa medida. E também que a medida veio com outros anúncios", disse.
O diplomata brasileiro listou os mil respiradores que os EUA doaram ao Ministério da Saúde brasileiro, uma doação de US$ 7 milhões para ajudar na luta contra a Covid-19 e a presença de um representante brasileiro em encontros periódicos com cientistas da Casa Branca.
Forster nega que o governo Bolsonaro tenha deixado de adotar medidas necessárias para evitar a disseminação do vírus. "O governo brasileiro tem sido muito sério na luta contra essa doença, em todas as frentes, desde o início. Desde janeiro há uma força tarefa no Ministério da Saúde, e temos tomado todas as medidas ao nosso alcance", afirmou.
O diplomata disse que quer olhar para além da pandemia, para pesquisas conjuntas de projetos entre o Brasil e os EUA e troca de informações "sobre vacinas, terapia e remédios que nós sabemos que somos capazes de desenvolver para tratar essa doença terrível". Ele afirmou também que acredita que a proibição de viajantes vindos do Brasil será temporária. (E.C.)