Desde os tempos do Brasil Colônia se contam anedotas sobre portugueses... e lá vai mais uma.
Pedro e João, muito amigos, estavam se despedindo. João estava indo morar em Portugal. Passado algum tempo, Pedro saudoso foi visitá-lo em Lisboa. Telefonou do aeroporto e na residência alguém atendeu: "O João está?" "O senhor não sabe? Ele morreu esta noite e o corpo está exposto no velório do cemitério da cidade."
Pedro tomou um táxi e chegou lá. Ficou chocado ao ver o amigo, todo nu, deitado no caixão. Ao lado, de um grande pote, as pessoas enfiavam a mão e traziam um pouco do creme que passavam no seu corpo. Pedro, um tanto indignado, arguiu a viúva: "É costume entre vocês velar o morto agindo assim?" "Não, mas foi ele quem pediu e está sendo atendido!" "Pediu o quê?" "Pediu para ser "cremado!" Cremar ou enterrar, eis a questão.
Adão foi feito por Deus à sua imagem, no intelecto e na vontade, do melhor da terra o criou, não da sobra de terra calcinada ou de cinza. Lhe soprou na narina o fôlego da vida e o homem passou a ser alma vivente. (Gên. 2:7); então, não há que se falar 'Tu és cinza e à cinza voltarás'. O próprio Deus foi quem disse: 'Tu és pó e ao pó tornarás".
Em visita à Europa vimos muitos templos rodeados de túmulos que evocavam a lembrança de familiares que partiram para o além. O pensamento humanista, despojado da fé cristã, não dá valor ao corpo após a morte, por isso aceita bem a cremação por não crer na vida eterna e de ser consumido até o nada da cinza, porém, o espírito que nele habita não se queima nem é destruído por ser eterno, e na outra vida sujeito ao Tribunal de Cristo.
O cristianismo preza o corpo após a morte por ter a bendita esperança da ressurreição. Assim como Cristo o cristão deseja ser sepultado e como Ele ressurgir dentre os mortos, com corpo glorioso, para habitar com Ele na eternidade. Jó 19: 25: "Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra". É melhor ser "cremado" como foi o João.