Proprietários de veículos no Brasil pagam uma pequena fortuna aos governos todos os anos. O dinheiro arrecadado com licenciamento, multas, o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), e outras taxas que envolvem a venda e compra de um carro, de uma moto, caminhão e ônibus, seria o suficiente para manter as ruas e avenidas deste país como uma verdadeira mesa de sinuca: lisa e suave.
No entanto, o brasileiro está cansado de saber que tudo isso se perde no ralo da burocracia e corrupção e não vê todo esse dinheiro sendo gasto para melhorar as condições das estradas nacionais de uma forma geral. Se fosse aplicado como deveria, todos saberíamos disso.
As condições das nossas vias são primordiais para que a quantidade de acidentes seja minimizada, mas não podemos deixar de lado a qualidade do motorista brasileiro, que não é das melhores. Somente neste domingo, no período da noite, cinco pessoas morreram, quatro delas em Mogi das Cruzes e uma em Suzano, por causa da imprudência de motoristas. Em um dos casos em Mogi, o condutor de um caminhão vinha na avenida Kaoru Hiramatsu, no bairro Porteira Preta, e atingiu três pessoas que estavam em uma bicicleta. O impacto foi tão violento que os matou na hora. Entre as vítimas estava um bebê de apenas nove meses. Em Suzano, o motorista de um Ford Escort atropelou um casal de namorados pela estrada Fazenda Viaduto, no bairro Fazenda Aya. A mulher morreu na hora, já o rapaz está internado no Hospital Santa Marcelina, em estado grave. O condutor do Escort estava alcoolizado e foi preso.
O motorista brasileiro ainda se vê como o personagem Pateta no filme "O motorista e o monstro". É pacato, de forma geral, mas se transforma quando entra no carro, fazendo dele uma extensão de sua personalidade. É ruim que pensem dessa forma. Um veículo é apenas uma forma de se locomover, de trabalhar e de transportar pessoas e coisas, não para revelar uma característica latente do ser humano. As estradas brasileiras são ruins, mas os motoristas também não ficam atrás.