"Pior do que tá, não fica", essa deveria ter sido a fala do deputado federal Tiririca (PR) antes de dizer sim ao processo de impedimento da futura ex-presidente Dilma. O que o Brasil assistiu no último domingo foi o exercício do Poder Legislativo, que agora continua no Senado.
Dilma e Lula viram a derrota do fisiologismo explícito que exerceram. Agora os senadores precisam agilizar a conclusão do processo para que se defina, com rapidez que o caso requer, o futuro do País.
Dilma já foi condenada politicamente, o processo será apenas uma formalidade legal. A tese do golpe não colou, os discursos revoltosos no Palácio não intimidaram ninguém, assim como a ameaça de luta e resistência. Agora Dilma quer ser a vítima. Desculpe, presidenta, esse papel já tem titular, pegue a senha e entre no final da fila dos mais de 10 milhões de desempregados.
Temer já forma o seu governo. Deve aproveitar o momento de crise e implantar as reformas necessárias, sem desprezar a receita que já deu certo, o populismo para que as massas lhe sejam simpáticas. Aumentar o Bolsa Família seria ótimo, uma migalha no Orçamento com enorme retorno político e um cala a boca na oposição.
O PSDB afirma que não participará do novo governo, tem medo do desgaste. Esquecem que foi no governo Itamar Franco que Fernando Henrique Cardoso tornou-se o pai do Plano Real e com esse filho no colo foi eleito e reeleito presidente da República. Serra sabe disso e não vai deixar o bonde passar, já embarcou e sentou na janelinha.
Temer procura outros nomes para integrar os ministérios, quer gente com capacidade técnica, que mostre resultados em pouco tempo. Se tudo der certo, ele e seu partido estarão credenciados para 2018. Se tudo der errado, põe na conta da Dilma.
Temer não sofrerá oposição, nem mesmo do PT, que deverá se acomodar no novo governo. Dilma e Lula deveriam negociar com Temer e o PMDB a renúncia e a acomodação do partido no novo governo, seria rápido, indolor e vantajoso. "Pior do que tá, não fica."