Não é novidade que o surto da tão temida Gripe A, provocada pelo vírus H1N1, tem deixado a população em polvorosa, especialmente após as duas mortes confirmadas de moradoras da região, das cidades de Poá e Mogi das Cruzes, causadas por esse tipo de influenza, além dos casos já confirmados e suspeitos da doença. Os postos de saúde iniciaram a campanha vacinando, primeiramente, os profissionais da área da saúde e, atualmente, os idosos, crianças pequenas (dos 6 meses aos 5 anos) e gestantes, considerados prioritários. O próximo passo será vacinar ouras pessoas com doenças crônicas, como as crianças maiores e adultos com problemas respiratórios, além de outros grupos de risco.
Ocorre que, diante do número de casos, que só aumenta no Brasil e, consequentemente, no Alto Tietê - até pelo fato da gripe ser facilmente disseminada -, parte da população que dispõe de recursos tem preferido buscar a imunização em clínicas particulares, já que a data para o início da vacinação em crianças maiores de 5 anos com doenças crônicas, por exemplo, tem variado de um posto de saúde para outro. Isso porque as unidades dependem da chegada das doses que, como se sabe, têm sido produzidas a toque de caixa, pela vinda precoce da doença no País. Só que nas clínicas especializadas na aplicação de vacinas o cenário também não é otimista. Faltam vacinas e os estabelecimentos não têm sequer prazo certo para a chegada das mesmas.
O Instituto Butantan, responsável pelo desenvolvimento da maior parte das que são aplicadas no sistema público de saúde, informou, recentemente, que está operando "acima da capacidade" e que já produziu metade das 49 milhões de doses encomendadas pelo governo federal. Outras cinco milhões estão sendo produzidas pela Sanofi Pasteur, de acordo com o instituto. A campanha, aliás, teve de ser antecipada em razão do surto (estava prevista para 30 de abril) e isto só foi possível porque o Butatan possuía unidades em estoque.
Apesar disto, vale ressaltar que um governo bem administrado deveria prever que doenças não têm hora para chegar e, portanto, o planejamento (incluindo aí os investimentos necessários) precisava ter sido feito com antecedência, para evitar imprevistos. 
É certo ainda que, se não houvesse a malversação do dinheiro público, a imunização estaria garantida para toda a população, em tempo hábil, e não somente para grupos específicos. Resta saber onde iremos parar, visto que temos caminhado na contramão do bom senso. É, literalmente, o fim da picada.