O senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse ontem, na chegada à convenção do partido que, em até 30 dias, o Diretório Nacional vai anunciar se mantém apoio ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O encontro ocorreu em um centro de conveções, localizado em Brasília.
Principal partido da base aliada do governo, o PMDB chegou dividido à convenção, entre manter o apoio ao governo ou decidir pelo afastamento.
"Vamos tirar hoje (ontem) aqui um posicionamento de unidade e consistência de pensamento perante a crise que o Brasil vive. Todas as propostas de rompimento e afastamento serão recebidas e levadas em conta. Mas também estamos tomando a decisão de que, em até 30 dias o Diretório Nacional vai analisar todas essas propostas", disse Jucá.
Segundo o senador, o PMDB está preparado para ajudar a reconstruir o Brasil. "Vamos estar atentos às manifestações de amanhã (hoje). Muitos peemedebistas estarão participando nos seus estados. Será um dia importante de cidadania. Não haverá mudança no Brasil sem a participação popular", acrescentou Jucá.
O senador por Roraima ainda acrescentou que o partido não é contra a presidente Dilma, mas sim a favor do Brasil. "Queremos criar uma nova situação, um novo quadro para o Brasil que reverta o descrédito, a insegurança jurídica, a falta de previsibilidade na economia, o desemprego. O País está regredindo. Temos que mudar isso. Vai ser uma grande construção política em conjunto com a sociedade brasileira", ressaltou.
Independência
O vice-presidente da legenda, senador Valdir Raupp (RO), voltou a defender que o partido adote no encontro uma posição de independência em relação ao governo, inclusive abrindo mão dos cargos que ocupa no Executivo. "Eu defendo a independência em relação ao governo e a entrega dos cargos. Sempre defendi que o PMDB não pode ficar simplesmente ocupando cargos se tem uma candidatura própria à Presidência da República em 2018."
A senadora Marta Suplicy (SP), que deixou o PT em abril do ano passado, depois de mais de 30 anos no partido, defendeu o rompimento imediato do PMDB com o governo petista, que ela afirmou ser corrupto.