Tempo de carnaval e cinzas, considerado satânico por alguns, fevereiro é o mês do Partido dos Trabalhadores - do princípio e do início do fim.
Fundado com o apelo de luta e aura de vestal em 10 de fevereiro do bissexto 1980, viu-se desnudo, aos 24 anos, no escândalo Waldomiro Diniz, flagrado em vídeo pedindo propina ao bicheiro Carlinhos Cachoeira para abastecer a campanha do PT de 2002, a mesma que levou Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República.
Em 13 de fevereiro do também bissexto ano de 2004, depois de o governo Lula não conseguir desvencilhar-se da lambança do subchefe de Assuntos Parlamentares do então ministro da Casa Civil José Dirceu, o "capitão do time", o Diário Oficial da União trazia a exoneração de Waldomiro.
Depois vieram CPI dos bingos e dos Correios. Delas ao Mensalão. Do Mensalão à roubalheira bilionária na Petrobras, Eletrobras e sabe-se lá onde mais, em todo canto. De lá para cá, o PT conseguiu driblar a opinião pública, usando e reusando a tática que repete agora: a vitimização.
Veio 2016, mais um ano bissexto para atormentar o PT. E desta vez, de forma infernal, talvez cobrando o preço de tantas tratativas com o diabo. Com Dilma e Lula em chamas.
Responsável direta pelo engodo que pretendeu esconder do país o esfacelamento da economia após anos seguidos de incompetência e ganância do petismo, Dilma já não existe.
Ao mesmo tempo em que empurra o PT e ela própria para o fundo mais fundo, a santidade Lula se enrola para explicar o inexplicável como o tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia reformados por empreiteiros amigos de conveniência .
Trata-se aqui de aceitar favores pessoais de poderosos com interesses em coisas do Estado. Algo imoral, mesmo que não tenham sido feitos com dinheiro sujo da Petrobras. Sem meias palavras, de locupletar.
Quanto aos 36 anos, o PT esqueceu a política. Convida devotos não para autocritica, análise ou debate sobre a conjuntura e a crise que corrói o País, mas para um show de Diogo Nogueira e a bateria da Portela, dia 27. E no Rio, terra em que os petistas são poucos, mas em que o aliado PMDB não falha.