Acertada, mas tardia a iniciativa do governo estadual, que anunciou a formação de uma força-tarefa para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, febre chikungunya e do zika vírus.
A iniciativa, anunciada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), vai incorporar a Polícia Militar, a Defesa Civil, médicos, enfermeiros, além de contratar mais 500 agentes de saúde comunitários. Dez secretarias de Estado se uniram no combate ao mosquito, diagnóstico da doença, tratamento e gestão nos casos da doença.
A PM e a Defesa Civil vão se somar aos agentes da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) no trabalho de vistoriar locais que possam ser criadouros e removê-los. Havendo necessidade, o Exército também poderá ser acionado. Será criado um fundo estadual específico para enfrentamento das arboviroses, visando responder a todas as demandas que se fizerem necessárias. O valor será superior a R$ 50 milhões por ano.
A ação com conceito de tardia se justifica ao verificar que o Estado já conta com 630.021 mil casos confirmados de dengue. Esta força-tarefa deveria ter sido constituída quando os casos estavam em um patamar inferior.
Não é de hoje que São Paulo concentra mais da metade das ocorrências da doença de todo o País. E os números são cada vez maiores. Há quem possa dizer que a quantidade é proporcional à população. Para estes o dado que vale é o da incidência da doença pela quantidade de habitantes. Pois bem. O estado de Goiás registrou a maior incidência de dengue do País, com 2.314 casos por 100 mil habitantes, seguido por São Paulo, com 1.615 casos por 100 mil habitantes, e Pernambuco, com incidência de 901 casos por 100 mil habitantes.
Um alento para os brasileiros é a fabricação da vacina. Em outubro deste ano, a vacina contra dengue da Sanofi Pasteur recebeu parecer favorável e positivo da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Em março deste ano, a Sanofi Pasteur submeteu o dossiê regulatório à Anvisa para obtenção do registro. A chegada do medicamento está prevista para 2016. Em pessoas com mais de 9 anos, a proteção ocorrerá nos casos de hospitalizações e nas formas graves da doença, como a dengue hemorrágica.
Enquanto a vacina não chega e o Poder Público demora para agir, cabe ao cidadão fazer a sua parte. Segundo a Superintendência de Controle de Endemias, 80% dos criadouros do mosquito estão nas residências.