A arte de se fazer de inocente, infelizmente, é aprendida desde cedo pelo ser humano. Começa com a criança que nega até as últimas consequências e não admite ter errado ou cometido alguma infração. Mais adiante está na atitude dos adolescentes, que mentem aos pais sobre tantos assuntos e vivem, fora de casa, em um mundo bem diferente daquele aprendido com a família. E por fim, na vida adulta, tantos que usam da mentira e falsidade para conquistar status, ganhar mais dinheiro do que o concorrente, levar vantagens em cima dos outros. E então vemos nossos políticos agindo desta forma.
As respostas do presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, na CPI do Futebol anteontem mostraram como um ser humano se torna um 'expert' em se fingir de coitado. Mesmo com provas do FBI e da Polícia Federal, Del Nero respondeu que as investigações estavam erradas e que ele é inocente. 
Há cerca de cinco anos, aqui na região do Alto Tietê, um crime chocou a cidade de Suzano, quando uma menina havia sido estuprada e assassinada. Durante o enterro da vítima, o pai dela concedeu uma entrevista ao telejornal da TV Mogi News e, aos prantos, dizia que iria matar o assassino e buscar por Justiça até o fim de sua vida. Dois dias depois, a política encontrou provas e descobriu que ele havia estuprado e matado a própria filha.
Um dos ensinamento primordiais para as crianças deve ser o de não mentir, o de aprender a reconhecer os erros, o que ajuda a criar adultos mais éticos e honestos. No entanto, aqui no Brasil vale mais a lei da malandragem, a de levar vantagem sobre o outro. Com isso, o que poderíamos esperar de quem está na política?
Outro caso que envergonha nosso País. Um processo de impeachment está para ser instaurado contra Dilma, e, de forma inédita e, sim, sem qualquer relação com a prática estabelecida pela Constituição, o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem na figura do ministro Luiz Edson Fachin, um aliado petista quase declarado, decide tirar o poder da Câmara dos Deputados sobre o tema e entregá-lo ao Senado, onde o PT tem mais chances de sair vencedor. Se não bastasse isso, o STF ainda cancelou a possibilidade de se criar uma chapa de oposição para tratar do impeachment. É praticamente um abuso de poder. É o "tapetão" rolando solto lá em Brasília.
As atitudes dos políticos são parecidas com as de muitos brasileiros. A cara lavada não é uma propriedade apenas de Dilma, Cunha ou Del Nero, e sim de muitos que praticam a mentira como ferramenta de vida.