O novo indicador de desenvolvimento que permite comparar índices e rankings da Educação em todo o Brasil, nomeado Índice de Oportunidade da Educação Brasileira (Ioeb), apontou que cidades pequenas são as que apresentam melhores oportunidades de ensino. Um exemplo disso são os números apresentados em outubro: Sobral, Groaíras e Porteiras, no Ceará, são as mais bem classificadas na pesquisa. Numa escala de zero a dez, essas cidades obtiveram notas 6.1, 5.9 e 5.9, respectivamente.
Com pouco investimento em cidades pequenas já é possível se notar uma rápida melhora nos métodos educacionais, já que a logística de distribuição de estruturas e metodologias são facilitadas. Já em cidades grandes, onde há um número maior de unidades de ensino, as ações de melhorias são mais lentas porque há uma diluição maior entre as escolas. Além disso, são mais difíceis para chegar as periferias. Tanto que as metrópoles aparecem com avaliações ruins no Ioeb. Melhor capital no ranking, São Paulo aparece apenas na 1.387ª posição, com 4.8 pontos.
Mas cidades pequenas também fazem feio no índice. Com as menores notas na lista de 5.245 municípios pesquisados estão Conceição do Lago-Açu, que aparece na última posição, e Primeira Cruz, na penúltima colocação, ambas no Maranhão.
No Alto Tietê, a cidade que melhor oferece condições e oportunidades de estudos para jovens e crianças, segundo o Ioeb, é Arujá, com pouco mais de 83 mil habitantes. O município atingiu 5,1 no índice. Quanto mais próximo de 10, maior é a qualidade do ensino. Poá, segunda colocada, possui um índice de 5, o mesmo de Salesópolis, a terceira. Já Santa Isabel fechou com 4,9 pontos.
Mas, independentemente do tamanho da cidade, um aspecto importante para a melhoria do ensino se refere à formação desprofissionalizante dos professores. O universo acadêmico ainda não conseguiu propor um modo de formação de professores condizente com as demandas de formação que a sociedade e o mercado exigem. Trata-se de um plano complexo, mas será que não vale a pena investir o que for preciso para que o Brasil tenha uma educação de qualidade? Poderia fazer uma diferença enorme na formação de cidadãos e profissionais.
Infelizmente, o caminho da melhoria do ensino fundamental é lento e sinuoso. E caminhos tortuosos não são percorridos apenas pela Educação. Historicamente, o Brasil se fez e vem "mostrando sua cara" aos trancos e barrancos. E este quadro não tende a mudar enquanto o nosso progresso for sempre associado com a precariedade.