O consumo de álcool na infância pode se transformar em um problema sério na adolescência, quando o indivíduo já terá uma tendência a experimentar outras drogas, como a maconha - famosa "porta de entrada" para outras substâncias mais "pesadas" (cocaína e crack). E se tornando um dependente químico, o caminho da reabilitação pode ser sem volta.
No Alto Tietê, há poucos institutos que auxiliam viciados, e os que existem sobrevivem de doações para poderem se manter e oferecer um serviço de qualidade, já que essas instituições não recebem qualquer ajuda pública. Em Mogi das Cruzes foi criada a Justiça Terapêutica, iniciativa que já mostrou bons resultados no Estado. Dependentes químicos e alcoólicos envolvidos em delitos são encaminhados a entidades de apoio.
A droga gera o vício, que gera o tráfico de substância ilegais. Aliás, o Supremo Tribunal Federal já levanta a possibilidade de liberar a maconha, porém, entidades médicas defendem a manutenção da atual política sobre o tema. Para a corte, a descriminalização do uso de drogas ilícitas terá como resultado prático o aumento deste consumo e a multiplicação de usuários.
E se a maconha é uma iniciação a outros entorpecentes, o que dizer das drogas lícitas, como cigarro e bebidas alcoólicas? Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade dos adolescentes brasileiros já provou álcool. Pesquisa feita com estudantes mostra que 31,7% deles tomou a primeira dose com 13 anos ou menos, e 21,8% tiveram episódios de embriaguez. Ou seja, também são grandes "portas de entrada". O problema é que estas indústrias são muito grandes e não é tão simples exterminá-las. Em relação à maconha, o índice de dependentes chega a 37%.
A Holanda foi o primeiro país a permitir o uso da maconha, em 1976, mas, em 2012, começou a revisar suas políticas diante do aumento da criminalidade. Mais perto de nós, o Uruguai, foi o primeiro América do Sul (e único até agora) a liberar a maconha.
O problema do Brasil é o velho falso moralismo, em todos os setores. Aqui, o uso da maconha é proibido por lei, mas a venda de apetrechos para o uso da droga não. Em qualquer tabacaria ou até em quiosques de shopping, é muito fácil encontrar materiais voltados ao consumo.
A dependência química é um grave problema de saúde pública e o Brasil não é a favor da liberação da "porta de entrada" de outras drogas, mas também não parece estar firme neste posicionamento. É preciso sair de cima do muro e arcar com as consequências.