Tancredo Neves seria o presidente do Brasil em 1985, mas quem assumiu foi José Sarney, então vice do candidato eleito, que morreu dias após ser empossado no cargo.
Em 1992, Itamar Franco se tornou também presidente da República sem o voto popular. Ele assumiu o governo após Fernando Collor de Melo ser retirado por um impeachment. Hoje, o atual vice-presidente é Michel Temer, um dos homens mais fortes da política nacional, que faz parte do PMDB, o mesmo partido do maior inimigo do PT no momento, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.
O que os três vices têm em comum? Todos eles chegaram lá sem o apoio do povo. Talvez, se fossem candidatos não figurariam nem mesmo entre os três primeiros colocados. Deles, apenas Itamar Franco teve boa popularidade, isso apenas em Minas Gerais, sua terra natal, mas nada que influenciasse os números em todo o Brasil em uma eleição.
No entanto, não é por esse motivo, que um sucessor não possa realizar um bom trabalho. Sarney foi quem teve a dura tarefa de assumir o País em uma de suas piores crises econômicas, que de uma forma ou de outra, terminou. Itamar foi peça chave na mudança do governo Collor para o de Fernando Henrique Cardoso, com a implantação do Real. Será que Temer assumirá a Presidência?
Muitas vezes esquecemos que os cargos, em qualquer área, é ocupado de diferentes formas. Nem todas elas são justas, mas é assim que acontece. E tudo indica que isso pode ser possível. Até porque, é mais do que justo que alguém que não corresponda com o esperado - como é o caso da presidente Dilma Rousseff (PT) - seja cobrada e, caso ainda assim não consiga atingir os objetivos, dê lugar a outro. Existem meios para isso acontecer e motivos também. Já não é de hoje que vemos Dilma aparecer menos na televisão e nos jornais. Até mesmo o ex-presidente Lula tem evitado dar as caras.
Enquanto José Dirceu é preso pela segunda vez, por cometer o mesmo crime em dois lugares diferentes, os petistas ficam cada vez mais fracos. Os argumentos deles começam a não ter mais embasamento, e toda sua história de luta entra em contradição com os fatos atuais. É certo que a queda da presidente Dilma poderia causar um impacto gigantesco no PT, que precisaria de muito mais do que bons discursos para elevar novamente sua moral.
Um governo que não reage diante de uma crise que assola a economia não representa mesmo o seu País. A história parece se repetir e a sucessão tende a ocorrer uma hora ou outra.