Em sentença que condenou a cúpula da empreiteira OAS por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, o juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato, rechaçou a tese da defesa de que a empreiteira teria sido extorquida pelo esquema de propinas instalado na Petrobras. "Quem é extorquido, procura a Polícia e não o mundo das sombras", advertiu.
José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da empreiteira, e Agenor Medeiros, ex-diretor-presidente da área internacional, foram condenados a 16 anos e 4 meses de reclusão. Os executivos Mateus Coutinho de Sá Oliveira, ex-diretor financeiro, e José Ricardo Nogueira Breghirolli pegaram onze anos de reclusão e Fernando Stremel foi condenado a quatro anos em regime aberto.
A OAS alegou, durante o processo contra seus dirigentes, que foi pressionada a pagar propinas a dirigentes da Petrobras. "Não é possível aceitar que a OAS, poderosa empreiteira, não poderia em cerca de seis anos, entre 2007 a 2012, período no qual a propina foi paga, considerando aqui os contratos e os repasses rastreados documentalmente, recusar-se a ceder às exigências indevidas dos agentes públicos", afirmou Sérgio Moro.
Na sentença em que impôs a mais pesada pena aos empreiteiros da Lava Jato, Moro afastou a hipótese de extorsão.