A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) realizou, com a ajuda de 70 equipes, 100 mil vistorias no primeiro semestre de 2015 e identifiou 8,6 mil casos de furtos de água na Região Metropolitana de São Paulo. Isso significa um aumento de 28% nas ocorrências em relação ao mesmo período de 2014, quando foram constatadas 6,7 mil irregularidades. Já o prejuízo causado de R$ 15 milhões, até o momento, praticamente corresponde ao apurado em todo o ano de 2014, que foi de R$ 17,4 milhões. Neste semestre, o volume total de água desviada somou 1,9 bilhão de litros. No primeiro semestre de 2014, foram furtados 998 milhões de litros. Portanto, o volume de água desviado que foi cobrado retroativamente pela Sabesp quase dobrou. As equipes de combate às fraudes da Sabesp identificaram, em média, 48 irregularidades por dia, que resultaram em 255 boletins de ocorrência por furto, sendo que 108 foram resultado das 14 ações da companhia em parceria com a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), que tem o intuito de chegar até o agente fraudador, ou seja, aquela pessoa cuja função é comercializar meios para realizar a fraude ou furto. Do total de fraudes identificadas no primeiro semestre do ano passado, 7,4 mil casos foram em residências, 750 em estabelecimentos comerciais e outros 450 em imóveis de uso misto e indústrias. A violação de hidrômetro (55%) e as ligações clandestinas (41%) foram as principais ocorrências.
Identificação
Para identificar a fraude, a Sabesp trabalha com as equipes de caça-fraude, que acompanham o consumo e vistoriam os imóveis. Além disso, conta com a colaboração dos próprios moradores, que podem relatar casos suspeitos pelo 195 ou pelo Disque-Denúncia (telefone 181), cuja chamada é gratuita e não exige a identificação de quem telefona. Neste semestre, a contribuição da população foi ainda maior. Por meio do 195, as denúncias aumentaram 68%. Já aquelas recebidas pelo Disque Denúncia tiveram um acréscimo de 225%. "Esta mobilização trouxe um resultado muito positivo e eficiente, não só do ponto de vista econômico, mas mostra o engajamento da sociedade, aliando-se à Sabesp no atual cenário de escassez hídrica", destaca o superintendente da Sabesp, Marcelo Fridori, responsável por coordenar as ações de combate a fraudes em parceria com a SSP. Quem comete o crime não se preocupa com o desperdício, pois acredita que não irá pagar pelo alto consumo. É comum entre fraudadores deixar torneiras abertas e não consertar vazamentos. Isso se torna ainda mais grave diante da pior seca da história da Grande São Paulo. A pena para furto é de um a quatro anos de reclusão, além da aplicação de multa.