O medo do lobisomem e do homem do saco, superstições como "não pode deixar o chinelo virado senão a mãe morre" e "misturar manga com leite faz mal à saúde", e a dificuldade de remover manchas de Ki-Suco tanto da pele quanto de utensílios domésticos. Estes são apenas alguns dos assuntos abordados pelo humorista mogiano Márcio Pial no espetáculo "Márcio Pial Comedy Show - Uma Viagem aos Anos 80/90", que será apresentado, em formato pocket, a partir das 11 horas de amanhã, dentro da programação do festival "Risadaria", na Estação Osasco da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Esta é a primeira vez que o humorista participa do evento, idealizado pelo também humorista Paulo Bonfá.
Conhecido por misturar comédia, dança e circo em seus trabalhos, Pial foi convidado a participar do "Risadaria" pela produção do evento, que conheceu seu trabalho por meio de Rafael Cortez, amigo e repórter do "CQC" (Band). A atração permaneceu durante todo o mês de junho em cartaz no Teatro Eva Wilma, em São Paulo. "O Rafael comentou com a produção do evento que eu estava em cartaz e de que como o espetáculo estava sendo um sucesso. Depois disso, o pessoal do 'Risadaria' foi assistir e entrou em contato comigo, fazendo o convite para participar do evento, na programação do 'Risadaria nos Trilhos'", conta.
O humorista iniciou a sua participação, na última segunda-feira, no evento idealizado por Bonfá. Ele revela que teve uma ótima aceitação do público e foi elogiado pelo humorista Renato Tortorelli. "Antes de eu concluir as piadas, o público se antecipava, reagindo com comentários, que aproveitei durante o show. O Renato, depois que me apresentei, elogiou essa mistura de circo, comédia, improvisação e humor, e disse que o espetáculo pode ser apresentado em qualquer lugar pela forma que ele foi construído", enaltece.
Pial comenta que foram necessário três anos para compor o espetáculo e que, em cada apresentação, experimentava um elemento novo. Na versão atual, o show foi encenado pela primeira vez, em maio, no Teatro da Vasques, na programação da Virada Cultural Paulista de Mogi. "Eu me apresentei no dia 31, na madruga de sábado para domingo. O espetáculo foi bem recebido pelo público, que se divertiu e participou. As encenações, na verdade, sempre são diferentes, porque a plateia sempre está convidada a construir a história", revela.
Reflexão
Além de convidar o público a lembrar ou mesmo conhecer como foram os anos 1980 e 1990, o show incentiva as pessoas a refletirem sobre como os tempos mudaram e a forma que a tecnologia tem afetado as relações. "Durante o jantar, por exemplo, é difícil encontrar uma família que não está presa ao celular. A tecnologia tem distanciado as pessoas. A maior parte dos jovens não conhece as histórias dos anos em que o espetáculo se passa. Os valores hoje são outros e é interessante poder convidar o público a refletir", finaliza o humorista.