Embora a crise financeira tenha atingido o Poder Público, que obrigou o contingenciamento dos repasses, as finanças das prefeituras da região fecharam o primeiro semestre positivamente, porém, com algumas dificuldades, já que as arrecadações com os impostos também caíram em algumas cidades. Para alguns prefeitos da região, a situação é preocupante.
Em Ferraz de Vasconcelos, a arrecadação chegou a R$ 140,8 milhões, porém, com o contingenciamento dos recursos por parte da União, o valor não foi o esperado. "O repasse federal ficou abaixo da expectativa do município. Já o estadual atingiu a média esperada", revelou o prefeito Acir Filló (PSDB). "Referente ao IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), este teve incremento de 22%". Ainda segundo o tucano, este ano, a arrecadação foi 10,89% maior que o do mesmo período de 2014.
Sobre a situação econômica do município, Filló avaliou como "preocupante", pois a arrecadação ficou abaixo do previsto e com a crise econômica em que o País passa, trazendo como consequência a queda nos repasses, o chefe do Executivo ferrazense disse que a situação está prejudicando a situação dos cofres públicos, em especial o FPM Fundo de Participação dos Municípios (FPM). "A expectativa é de melhora na economia nacional, elevando o repasse dos governos federal e estadual", finalizou o prefeito.
Para o prefeito de Mogi das Cruzes, Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), a contenção dos repasses pode prejudicar até mesmo os projetos já com contratos assinados. "Os investimentos que dependem de recursos externos obedecerão ao cronograma de liberação pelos órgãos respectivos, não impedindo que o município, dentro de suas possibilidades, execute o equivalente à contrapartida necessária em cada obra, desde que a receita própria também assim permita", disse. "A política econômica federal ainda está em fase de ajustes, principalmente da despesa, o que deve retardar novos repasses".
Em Suzano, a Secretaria da Fazenda informou que os repasses ao município estão dentro do previsto. No entanto, a pasta voltou a apontar para a crise financeira deixada pela administração anterior. "Por exemplo, o Orçamento previsto em 2013 era de R$ 751 milhões (deixado pela antiga administração), sendo que o realizado foi de apenas R$ 523 milhões", informou, por meio de nota.
Outro desafio enfrentado pela administração municipal é o fato de o FPM não acompanhar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Em 2014 tivemos um repasse de R$ 44 milhões, quando esperávamos pelo menos R$ 48 milhões. Até 2004, o PIB (Produto Interno Bruto) de Suzano era superior ao PIB de Mogi das Cruzes. Hoje, o PIB de Mogi é quase o dobro do PIB de Suzano".
A pasta ainda destacou o fato de no ano passado, o orçamento do município era de R$ 710,6 milhões, mas foi executado em, aproximadamente, R$ 500 milhões. "O que a Secretaria da Fazenda realiza diariamente é um ajustamento do orçamento para que o mesmo esteja o mais próximo da realidade. Com esse trabalho, Suzano já conseguiu eliminar a dívida ativa do município em R$ 90 milhões", informou.