Para os eleitores com 70 anos ou mais, o voto nas eleições é facultativo, porém muitos ainda fazem questão de votar. De acordo com as Estatísticas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nas eleições de 2022, 3,5 milhões de pessoas nessa faixa etária estavam inscritas e aptas a votar, e 1,3 milhão delas compareceu aos locais de votação, 38% a mais que as eleições de 2018. 

Neste ano, serão escolhidos os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. O primeiro turno acontece no dia 6 de outubro. Na região, apenas as cidades de Mogi das Cruzes, Suzano e Itaquaquecetuba, podem ter o segundo turno, no dia 27 de outubro. 

Segundo Juraci Fernandes de Almeida, vice-presidente do Conselho Municipal do Idoso de Mogi e diretora da Universidade Aberta a Integração (UNAI), o voto do idoso com mais de 70 anos é muito importante. “Ao deixar de votar o segmento idoso diminui seu peso político, diminuindo assim as chances de participar do planejamento e execução das políticas e programas públicos. O idoso aos 70 anos não é mais obrigado a votar, mas tem o direito de continuar exercendo sua cidadania”, ressaltou.

Em Mogi, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), estão aptos para votar 32.635 pessoas com 70 anos ou mais, de um total de 338,340 eleitores, representando 9,64% do eleitorado mogiano. Na faixa etária de 70 a 74 anos, são 13.160 eleitores; de 75 a 79 anos, 8.715; de 80 a 84 anos, 5.112; de 85 a 90 anos, 2.880; 90 a 94 anos, 1.332; de 95 a 99, 929, e com 100 anos ou mais, 507 pessoas. 

“Penso que o Tribunal Eleitoral deveria trabalhar a conscientização e incentivar aos idoso a não abrirem mão desse direito, isso faria com que eles se sentissem úteis para sociedade”, destacou Juraci. 

Muitos idosos ainda fazem questão de votar, segundo a diretora da UNAI. "Pudemos observar isso nas últimas eleições. Alguns inclusive com dificuldades de chegar até as zonas eleitorais, e aí é importante lembrar que os idosos têm direito a fila preferencial e acessibilidade na hora de votar”, completou. 

Demandas

A vice-presidente do Conselho do Idoso aponta as principais demandas para o atendimento à população idosa, como um curso técnico para cuidadores, transporte público com acessibilidade (ônibus sem degraus), construção da Casa do Idoso Municipal, residência geriátrica para idosos acamados, implantação de centros especializados na Doença de Alzheimer e outras doenças cognitivas, sanitários públicos para que idosos possam sair de casa sem medo, e também espaços de atividades físicas, educacionais e de cultura descentralizados. 

“A população idosa é invisível para os políticos. Observamos que não fazem parte dos planos de governo, no máximo, são lembrados em alguns discursos”, salientou Juraci. 

*Texto supervisionado pelo editor.