A inteligência artificial (IA) vem se consolidando como uma das ferramentas mais promissoras da era digital, inclusive no combate a crimes cibernéticos. Ao mesmo tempo em que acelera diagnósticos, monitora acessos e prevê falhas, também pode ser usada por criminosos para criar armadilhas digitais cada vez mais sofisticadas.

Ferramentas baseadas em IA têm ajudado empresas a antecipar comportamentos anômalos e a responder com mais velocidade a incidentes. Relatórios recentes da PwC e EY indicam que, em organizações com soluções maduras, o tempo de resposta a ataques caiu pela metade.

No entanto, o uso da IA também carrega armadilhas. Já existem golpes por e-mail e redes sociais em que o texto parece ter sido escrito por um gestor da empresa, tudo gerado por IA generativa. Áudios clonados por deepfake, imitando a voz de diretores pedindo transferências urgentes, também têm sido usados com frequência para fraudes.

E como pequenas e médias empresas se protegem disso?

A primeira dica é tratar a IA como aliada, mas com governança de dados. É necessário saber onde e como os dados da empresa estão sendo tratados por ferramentas automatizadas. Treinar equipes para reconhecer sinais de ameaças é essencial, e não deve ser exclusivo de grandes corporações.

A segunda dica é evitar a adoção apressada de soluções. IA mal configurada ou sem critérios éticos claros pode ser tão perigosa quanto uma invasão. Adotar controles, revisar permissões e auditar ferramentas com frequência ajuda a manter a organização segura.

A era da IA chegou. E com ela, a responsabilidade de usá-la com inteligência.

 

Fábio Queiroz é CEO da SanviTI TSI, Especialista em Tecnologia e Segurança da Informação.