Com a Inteligência Artificial (IA) tomando cada vez mais espaço em nossas vidas, é impossível não se perguntar: meu negócio será substituído por uma máquina? Todos os dias, somos apresentados a uma nova aplicação da IA — seja gerando vídeos realistas de um programa de televisão ou recriando a caligrafia de Shakespeare. Porém, uma coisa é certa: nada substitui o toque humano.
É inegável que a IA tem se tornado uma importante aliada no dia a dia dos negócios e precisa ser cada vez mais aproveitada. O Sebrae-SP, há alguns anos, conta com soluções voltadas à educação digital dos empreendedores. No Alto Tietê, o programa Loja do Futuro, realizado em parceria com a Fecomércio e o Sincomércio, mostra que é possível adotar tecnologias de forma simples e acessível nas empresas.
O que precisa ficar evidente é que a IA não está mais no futuro — ela está no presente. Pode e deve ser utilizada para tarefas repetitivas e previsíveis, como respostas automáticas em chats ou no controle de estoque. Dessa forma, o empreendedor ganha tempo e espaço para se dedicar ao que realmente importa: o encantamento do cliente.
Enquanto a IA gera imagens de personagens históricos em jantares simulados e cria sinfonias no estilo de Beethoven, a geladeira quebra e um fornecedor atrasa a entrega. A contradição não poderia ser mais gritante: criamos algoritmos que respondem quando são provocados, mas ainda não conseguimos fabricar mãos que consertem o mundo.
A resposta para a pergunta que abre este artigo não é definitiva, mas aponta um caminho: acompanhar e se adaptar para aproveitar a vantagem competitiva que a tecnologia oferece. A IA é brilhante para responder perguntas, mas profundamente limitada para formular as perguntas certas — aquelas que nascem da intuição, da compaixão e da experiência vivida.
O futuro que devemos almejar não é aquele em que o humano é substituído, mas aquele em que ele é, finalmente, recentralizado. A verdadeira inteligência artificial será aquela que nos libertar das tarefas tediosas não para nos tornar obsoletos, mas para nos dar o tempo e os dados necessários para sermos mais do que nunca: humanos.
Márcio Barbosa é consultor de negócios do Sebrae-SP