Os discursos de ódio que há tempos tomam conta das redes sociais, acabando com o espaço do diálogo mesmo entre familiares e amigos, já ultrapassavam fronteiras perigosas de até onde podem chegar as divergências em torno de questões partidárias, e sair em defesa deste ou daquele político. Porém, quando a vida de alguém é tirada, como ocorreu em Foz do Iguaçu (PR) com o assassinato de um guarda municipal por um policial penal federal, por um motivo tão torpe, o otimismo se esvai e é difícil não pensar que chegamos ao fundo do poço como humanidade.
Nosso desafio além de retomar a esperança, refletir sobre o rumo perigoso e mortal que as divergências de opiniões estão tomando, é nos levantarmos e olhar para o futuro. É preciso recalcular a rota, como nos orienta os aplicativos de trânsito, tão comuns hoje em dia, e rever onde o diálogo se perdeu, a empatia, a valorização da vida, e as pessoas passaram a achar que as palavras, certamente muito mais poderosas, podem ser substituídas por armas, pela violência.
Vivemos um tempo em que nos cercamos de quem só corrobora o nosso ponto de vista sobre os mais diversos assuntos, o que os checadores de informações falsas, chamam de viés de confirmação. E esse é um caminho perigoso, que contribui para que crimes como o ocorrido no Paraná, infelizmente possam se repetir, e provam que não estamos muito longe da total barbárie. O debate com argumentos válidos, fundamentados em dados, no que a ciência prevê, não pode se perder.
Nesta semana começamos um novo projeto na redação do Mogi News/Dat, voltado para o Portal News, que em breve vai trazer entrevistas especiais sobre temas diversos. Um trabalho conjunto que promete ser um respiro em meio às tragédias como essa e o pesado tom que o jornalismo diário tem por vezes. Mas também como tanto nos falta hoje em dia, um espaço para o diálogo para conhecermos pessoas e suas histórias. É preciso valorizar a vida, sermos empáticos com o próximo, e principalmente, contribuir para fomentar o diálogo, exercitando o bom jornalismo.