De todas as artes, a mais expressiva é a arte de amar. O amor é um sentimento que se aprende, assim como o ódio. Devemos ensinar a criança a gostar do seu brinquedo a fim de apagar do seu coração a chama da destruição daquilo que a faz feliz, mesmo após se tornar adulta.

Triste é saber que muitos pais palestinos ensinam a arte de odiar na mente dos filhos, ao instruí-los, desde cedo, a jogar pedras nos judeus próximos da fronteira. Amar a vida é a moldura emocional que faz nosso olhar apreciar em profundidade a beleza e a perfeição de todas as coisas criadas por Deus.

Quem tem esse sentimento respeita a vida e constrói o bem, porém quem aprendeu a arte do ódio, como Putin na KGB, tenta destruir a historia de uma nação livre: sua cultura, sua arte e sua beleza. Mas o patriotismo do povo ucraniano ele nunca conseguirá extinguir enviando seus mísseis. Despida de qualquer vestígio de beleza da arte do passado, Brasília, criada pelo famoso arquiteto e urbanista Lúcio Costa, considerada uma grande obra de arquitetura moderna do século XX, não tem vida.

Paris, em seu urbanismo vivendo a herança do passado: prédios decorados com lindas fachadas, gente nas mesinhas na calçada fora dos restaurantes, ruas do comércio bastante movimentadas, artistas amadores alegrando as tardes com seus talentos. Paris tem alma, Paris tem vida. Brasília não agrupa, separa as pessoas, para se locomoverem usam veículos, tudo é longe para estimular alguém a andar.

Federico Fellini, diretor de cinema italiano, em entrevista foi pedido que definisse a beleza por ter dirigido a atuação de muitas artistas famosas: "A reta é a menor distância entre dois pontos, porém, é na curva que se acha a beleza". Infelizmente, o pragmatismo pós-moderno está nivelando a curva do prazer numa reta insípida de lucro financeiro. A curva de mãos dadas com a reta, se oferecendo ao talento cheio de poesia do artista, nunca permitirá o fim da beleza. A beleza revela a harmonia do Criador na criação.

Mauro Jordão é médico