Será que é seguro dizer que caminhamos para o fim da pandemia de coronavírus (Covid-19)? O bom senso manda dizer que não, já que falta pelo menos um componente que nos possa dar segurança nessa questão de saúde: um remédio que consiga agir contra a doença, e não somente aplacar os sintomas provocados por ela.

Utilizando de uma alegoria, seria o mesmo que elogiar o trânsito tranquilo antes da chegada ao destino, ou falar bem de um juiz de futebol faltando poucos minutos para o fim da partida, ou seja, sempre pode dar problema.

Brincadeiras à parte, pode não ser prudente falar que caminhamos para o fim da pandemia, que nos tirou pelo menos dois anos, mas há indicadores confiáveis de que sim, podemos estar perto do fim. Um deles é a quantidade de mortes por dia - repetimos aqui como em outras vezes, diminuição de mortes não pode ser visto como boa notícia; boa notícia seria o fim dos óbitos -, que estão cada vez mais diminuindo. O próprio Alto Tietê já presenciou alguns dias sem registro de falecimentos por Covid.

Outro indicador que pode nos ajudar a pensar dessa forma é a queda das internações; municípios já estão desmontando os aparatos para enfrentamento da Covid, que antes era tratada como guerra, o que mostra que mesmo com o vírus circulando por aí ele pode ser tratado, ao menos por enquanto, como boa parte das doenças. E, por fim, a quantidade de pessoas vacinadas. Em Suzano, por exemplo, todo o público adulto já está imunizado, o que ajuda a garantir a diminuição das internações e óbitos.

Mas ainda falta o remédio que possa combater a doença, ao menos em seus estágios iniciais. Com a vacinação sendo feita a passos largos, e a diminuição das internações, os casos graves vão diminuir, isso já parece ser bastante perceptível, visto que as estruturas próprias de internações estão sendo desativadas. Com um remédio eficaz, a pandemia poderá dar adeus e depois de tudo o que ela nos causou, seria o mínimo.

É o que nos resta para sonhar e nos livrar deste pesadelo que ceifou a vida de tantas pessoas, entre elas mais de 660 mil brasileiros, sendo que 5.913 eram moradores do Alto Tietê.