Neste final de semana damos o primeiro passo dentro do longo, árduo, desafiante e, acima de tudo, decisivo processo eleitoral de 2022. Em um processo tão longo e desgastante - não apenas para os candidatos, mas para o eleitorado também - é preciso saber do valor e da importância do voto não apenas no contexto nacional, mas também para nossa região.
A Nova República, com suas três décadas desde o início da redemocratização, chega a este ano sob o signo da dúvida, não das escolhas que podem estar disponíveis no primeiro domingo de outubro, mas sobre o futuro de nosso sistema de governo. Os insistentes apelos de artistas, intelectuais e lideranças políticas de todo o espectro ideológico pela adesão dos jovens ao voto é um sinal da encruzilhada que alcançamos.
O valor do voto é tão grande que, da noite para o dia, o impossível se faz realidade. Cálculos políticos presentes e futuros quase custaram o arranjo do atual governo estadual para a eleição, e fizeram o outrora preferido da centro-direita Sérgio Moro (ex-Podemos, atual União Brasil) mudar de planos sem prévio aviso: do Planalto para o Congresso, onde poderá disputar uma vaga como deputado federal, almejando trazer, pelo coeficiente de votos, uma nova geração de políticos conservadores para São Paulo - uma conta não muito diferente que foi feita por Guilherme Boulos (Psol), que abandonou os sonhos de ocupar o Palácio dos Bandeirantes para chamar votos para uma nova bancada de esquerda.
Cabe ao eleitor do Alto Tietê não se apegar ao "canto da sereia" de candidatos "edição limitada". Celebridades e subcelebridades, de todos os campos da sociedade, partem a cada quatro anos tentando capitalizar votos não de eleitores, mas de fãs. Mas quem lutou contra o pedágio da Mogi-Dutra? Quem buscou verbas para a Educação, para a Cultura, para a Saúde em favor das prefeituras de nossa região? Quem fez e faz a diferença em nossas comunidades?
O marketing consegue facilmente transformar uma eleição, que é o momento mais importante de uma sociedade, em um mercado imoral de produtos de ocasião. Mas o eleitor do Alto Tietê precisa estar atento: estes "produtos" não são cobertos pelo Código de Defesa do Consumidor.