O anúncio da implantação do segundo restaurante Bom Prato de Mogi das Cruzes é um alívio e uma vitória para a população. Uma vitória porque é uma unidade que já vem sendo reivindicada há algum tempo e um alívio porque a unidade será instalada em Jundiapeba, como já era planejado, um dos locais que mais precisam de equipamentos públicos.

É claro que o governador Rodrigo Garcia, depois de pegar o bastão do agora presidenciável João Doria, esteve na cidade para promover a assinatura do convênio que implantará o Bom Prato, todavia as conversas para a instalação do restaurante já vinham ocorrendo faz algum tempo, ainda na gestão de Doria e do ex-prefeito de Mogi, Marcus Melo. Então podemos presumir que Garcia só veio cumprir um papel formal? Talvez não.

O tucano tem um desafio dos grandes pela frente. Manter a hegemonia do PSDB no comando do Estado mais poderoso da União, que começou com o ex-governador Mário Covas, em 1995, quando ele sentou na cadeira do Palácio dos Bandeirantes pela primeira vez. Desde então foram poucos os nomes que se alternaram; após a morte de Covas, em 2001, Geraldo Alckmin assumiu o governo, passando pelo ex-governador e hoje senador, José Serra, voltando para Alckmin e, agora, culminando com Doria. Neste meio tempo houve as passagens de Cláudio Lembo e Márcio França, que ocuparam justamente as vagas que Alckmin havia deixado para disputar o Palácio do Planalto.

Se pensar pelo lado histórico, a missão de Garcia seria fácil, mas com o avanço nas pesquisas do ex-prefeito de São Paulo e segundo colocado nas eleições presidenciais de 2018, Fernando Haddad, ao governo do Estado, o trono tucano se e encontra seriamente ameaçado. Historicamente, o Alto Tietê sempre apoiou os governadores peessedebistas, tantos nas prefeituras quando na Assembleia Legislativa, e a vinda de Garcia para a região, para assinar a implantação do Bom Prato, é uma prova de que o bloco regional está disposto a apoiar a supremacia tucana. É aguardar para ver como isso irá se desenrolar nestes meses que antecedem o pleito.