Enquanto a terceira onda de Covid avança sobre o Brasil, muitos brasileiros ainda não se imunizaram. Embora disponíveis, as vacinas não são tomadas por parte dos brasileiros. No Hospital Emílio Ribas, na capital, mais de 70% dos internados são pessoas que não se imunizaram corretamente. Revelando que, quem se imunizou corretamente, está menos sujeito aos quadros graves da doença, que exigem internação hospitalar para tratamento.
Após a vacinação, a curva de mortes diminui drasticamente, apontando o sucesso da imunização e a responsabilidade pela demora na disponibilização das doses. Imunizar-se não é um ato de proteção individual, mas comunitário. Quando um paciente não vacinado é internado, retira a capacidade de atendimento de outra pessoa. Se a vacina não é obrigatória, e as pessoas são livres para optar pela imunização, seja por ideologia política ou pela orientação de políticos que defendem essa prática, deveriam arcar com as consequências de sua escolha ao acessar o serviço de saúde.
Assim como Guarulhos ajuizou uma ação civil contra uma mulher que tomou a terceira dose da vacina sem que houvesse disponibilidade naquele momento, em prejuízo da coletividade, medidas semelhantes devem ser adotadas em face das pessoas que não se imunizam e depois precisam de internação que poderia ser evitada pela vacinação. A mulher que tomou três doses da vacina, quando não havia previsão nem vacina para todos, foi condenada em primeiro grau a pagar uma indenização de R$ 50 mil. A sentença está sujeita a recurso e o pedido da Prefeitura de Guarulhos é de R$ 500 mil.
O comprovante de vacinação deve ser exigido com mais frequência e rigor, como exemplarmente ocorreu na Austrália onde um dos maiores jogadores de tênis do mundo foi deportado por não estar vacinado. Os adultos tem a escolha de não se vacinar, mas e os menores sob sua responsabilidade? Com o início da vacinação infantil é possível que milhares de crianças sob a responsabilidade de adultos que não se vacinam fiquem sem cobertura. Toda ação e omissão contra a saúde pública deve ser exemplarmente combatida.