Não dá para fugir da receita: todo começo de ano, a imprensa procura fazer um anunciado das expectativas para o período. Para simplificar a demanda, vamos nos concentrar em apenas três assuntos nacionais: a pandemia do coronavírus e sua nova variante ômicron, que deve ditar as regras de prevenção e de atendimento em 2022; a Copa do Mundo de futebol, no Catar, no final do ano, que vai alterar todo o calendário esportivo mundial; e as eleições majoritárias deste ano, que promete ser das mais radicais dos últimos tempos, confrontando a direita do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), e a oposição representada pelo ex-presidente Lula (PT), líder em todas as prévias eleitorais publicadas até aqui.
Com mais uma onda da Covid-19 pairando pelo mundo, impulsionada pela variante ômicron, muitos países da Europa já retomaram as restrições de circulação de pessoas em locais públicos para evitar a disseminação do vírus. No Brasil, esse período de fechamento é o terror do setor comercial, que pode, mais uma vez, entrar em caos e forçar o fechamento de muitas empresas que resistiram nos últimos dois anos, mas não suportariam um novo golpe.
Cercada também de grande expectativa, até como válvula de escape dos dois outros temas polêmicos, a Copa do Mundo vai, de imediato, provocar uma mudança no calendário esportivo, pois será realizada, pela primeira vez, no final do ano. E também vive momentos de dilema por conta do avanço de uma nova onda da Covid. O evento deve ser cercado de restrições sanitárias e de público reduzido. O brasileiro, alheio a tudo isso, quer saber mesmo é se o time de Tite vai levantar o tão sonhado troféu.
Por fim, a eleição presidencial. Essa reserva disputas calorosas e o avanço inevitável do radicalismo, que pode representar perigo nas ruas. O confronto anunciado entre Bolsonaro e Lula é o mais arriscado politicamente dos últimos tempos. Aquele que vencer vai, com certeza, enfrentar um difícil período de oposição no país. No âmbito regional, a esperança é de que a bancada heterogênea de deputados da região seja mantida, e até ampliada. Há votos para todos os gostos.
O ano promete.