Os números do Brasil são superlativos: 12 milhões de desempregados; inflação a 10,74%, o dobro da meta; juros básicos a 9,25 % e subindo; intenções de voto em Lula 48% e rejeição do atual governo em 55%. Esses são os números de uma gestão que não mostrou resultados. A inflação corroeu o poder de compra do brasileiro e isso reflete diretamente nas intenções de voto.
Para quase 50% dos entrevistados há saudades da gestão do ex-presidente Lula, por um simples motivo: havia estabilidade econômica e poder de compra. Tudo o mais, como escândalos de corrupção e até sua prisão parecem não ter influência na preferência do eleitorado. O que mais importa aos eleitores de fato é o seu bem estar pessoal e isso, sem qualquer dúvida, há muito deixou de existir.
A única preocupação do brasileiro agora é sobreviver, algo que está cada dia mais difícil e a saudade dos bons tempos de comida na mesa impulsionam as intenções de voto. Assim como o PT elegeu Bolsonaro, ele retribui a gentileza, ao menos por enquanto, abrindo caminho para a eleição de Lula. A terceira via parece não empolgar a grande massa de eleitores que deseja, mais uma vez, uma mudança radical de rumos na esperança de uma vida melhor.
É certo que durante o próximo ano Bolsonaro fará o possível e o impossível para recuperar sua popularidade e emplacar um segundo mandato, mas isso dependerá de fatores que não estão sob seu controle. Mas no que depender do governo federal todas as armas que melhorem instantaneamente a vida da maioria da população serão adotadas, o que significa mais dinheiro nas mãos dos mais pobres e não elevação e se possível a redução dos preços dos combustíveis e do gás de cozinha.
Vale tudo para não sair do Planalto. Enquanto isso, questões fundamentais como a reforma tributária, reforma administrativa, privatizações ficam em último plano, o que interessa agora é só como se manter no cargo.
A aposta é que, quando as eleições chegarem, tudo esteja bem e o aperto, a inflação, as mortes pela falta de vacinação e a ausência de qualquer grande realização governamental seja esquecida pelo bem estar momentâneo. Narrativas não enchem barriga.