O levantamento da Fundação Seade, do governo do Estado, divulgado nesta semana, mostra uma notícia que dá esperança para o futuro, em meio a tantas incertezas econômicas, políticas, sociais e climáticas: a redução da mortalidade infantil no Alto Tietê, com números que chegam a uma queda de impressionantes 82% em algumas cidades.

A mortalidade infantil sempre foi um dos grandes desafios civilizatórios do Brasil ao longo do século XX, sendo abordada de maneira massiva pelos governos. Mesmo com casos pontuais como o apresentado no Alto Tietê como na Santa Casa de Suzano, unidade de referência obstétrica, que em 2016 chegou a registrar mais de 70 óbitos - e se recuperou no ano seguinte com uma queda de 29,13% nos casos fatais.

Não se pode deixar de levar em consideração o avanço da medicina nas últimas duas décadas, bem como seu acesso à população. A intensificação dos exames pré-natais e os investimentos públicos e privados na infraestrutura de maternidade ajudaram a mitigar um dos piores pesadelos de uma família.

No entanto, não existe apenas o mérito da medicina e da ciência, mas também de toda a rede de proteção para a população, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade. De vilão, o Brasil ganhou destaque no cenário mundial pela defesa de sua infância e juventude, com a consolidação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), dos programas assistenciais como o Bolsa Família durante os governos do Partido dos Trabalhadores, condicionados à atenção pré e pós-natal, e o trabalho do Sistema Único da Assistência Social (Suas) no referenciamento de centenas de milhares de famílias na nossa região.

O cuidado com o futuro de nosso país não se limita ao superávit primário, ou a capacidade de se comprar produtos eletrônicos, veículos, viagens ao exterior; se trata de proteger a matéria-prima de nossos sonhos, aspirações: nossa infância. Garantir o pleno funcionamento dos programas assistenciais, somados à acessibilidade dos progressos da medicina é mais do que números em uma tabela: é mais vida. E mais vidas, no fim das contas, não cabem em números.