A minha sogra Jenny, a qual eu não cheguei a conhecer, conta minha mulher que ela sendo esposa de pastor, de ganhos limitados, sabia administrar com sabedoria as despesas diárias da casa. Uma frase sua ao arrumar a mesa após a refeição, ficou em memória: "Quem come e guarda põe a mesa duas vezes".

O nosso lixo, tanto da classe social mais abastada como da menos afortunada mostra, sem dúvida, o nosso desinteresse no desperdício. Há um preconceito distorcido que nos liga à pobreza quando se fala em economia. Na Itália, durante a 2ª. Guerra Mundial, quando foi racionado o número de cigarros para cada fumante, nunca se fumou tanto quanto antes na legalidade. Numa sociedade hedonista, essa busca do prazer a qualquer custo do "aqui" e do "agora, em nossos dias, está pondo a perder a estabilidade dos valores cristãos que regem a família.

O proibir atiça no ser humano o desejo de transgredir. A crise financeira desperta em nós o desejo otimista de consumir. Uma sacola na mão de uma mulher sorridente, na saída do shopping, derruba a frustração. Em tempo de crise, as donas de casa se tornam criativas em sua culinária, aprendendo a fazer daquilo que é sobra ou do que antes era endereçado ao lixo saborosos quitutes ou deliciosas sobremesas.

Economia garantida para equilibrar o orçamento familiar. O pior dos inimigos em nossos lares é o desperdício de tempo, gasto com programas de televisão de mau gosto e com jogos eletrônicos repetitivos de violência que inculcam, por horas seguidas, na mente dos nossos filhos o mal.

O apóstolo Paulo nos recomenda na carta Aos Efésios 5:15 e 16:"Olhai, portanto, cuidadosamente como andais, não como tolos, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus". Remir é resgatar o tempo escravizado em desperdícios, que são os ladrões da alegria, e usá-lo com liberdade para aprender e praticar o que é o bom e agradável a Deus e aos homens. Em tempo de crise, ou em tempo de paz, o Senhor é o meu pastor, nada me faltará.

Mauro Jordão é médico