Antigamente, quando se notava que um produto estava caro, era comum falar que o "preço está pela hora da morte". Os mais velhos devem se lembrar dessa frase. Pois bem, é esse o sentimento que o morador do Alto Tietê, assim como os demais habitantes deste país, tem ao ver o preço do arroz, alimento tão básico e comum na vida do brasileiro. É mesmo de cair o queixo e faz repensar se vale mesmo a pena comprar o cereal.
Ao que tudo indica, esse fenômeno de preço, que fez o valor do alimento custar, em alguns locais do Brasil, R$ 45, parece ser pontual. A prévia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é calculado quinzenalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgado no final de agosto, mostrou que a inflação teve uma alta de 0,23%, sendo puxada pelo grupo de Transportes, que teve elevação de 0,75%, e pelos Combustíveis, com expansão de 2,31%, sendo que a gasolina teve uma alta de 2,63%.
Já no fechamento do IPCA, divulgado há dois dias, o grupo de alimentos que contribuiu para a inflação é representado pelo tomate (12,9%), óleo de soja (9,48%), leite longa vida (4,84%), frutas (3,37%) e as carnes (3,33%). Mas não pelo arroz. É claro que essa história pode mudar quando o indicador para o mês de setembro for compilado.
O aumento do melhor amigo do feijão está diretamente ligado ao dólar, uma vez que ele é comercializado como commodity e elevou o preço no mercado internacional. A disparada no preço do arroz também está ligada à exportação do grão, que gerou uma demanda maior nos supermercados e fez com que o preço aumentasse, com o objetivo de restringir a compra, como aponta um levantamento feito pelo Ministério da Economia, que indica uma elevação de 81,4% na venda do produto ao mercado externo. Outros vilões figuraram no mesmo lugar hoje ocupado pelo arroz, como o tomate, em 2013.
Cabe ao consumidor discernimento na hora de comprar o produto neste momento complicado. Se for possível, esperar e apostar em outros pratos. Se não tiver jeito, o caminho é garimpar, diferente do garimpo do ouro, mas sim, pelo melhor preço nos supermercados.