São mais de cinco meses de pandemia de coronavírus no Brasil, mais de 110 mil pessoas sucumbiram a essa terrível doença, ainda sem vacina e sem a retomada total das atividades. A divulgação dos balanços de grandes companhias revelam o tamanho do impacto econômico que a pandemia causou. Não temos números exatos dos desempregados, mas certamente também serão assustadores, pois ainda não há retomada de atividade econômica capaz de abrir novos empregos.
Há setores, como a aviação e hotelaria que demandarão muito mais tempo para retomada. São milhões de empregos diretos e indiretos que podem simplesmente desaparecer. Hoje vivemos uma bolha, mantida pela suspensão dos contratos de trabalho, redução da jornada e salários e a injeção de bilhões de reais no auxílio emergencial além da liberação de FGTS, mas tudo isso caminha para o fim.
Haverá um colapso social se algo não for feito rápido. É necessário injetar recursos na economia real, mais crédito para empresas e continuidade de auxílio até que se retomem as atividades ou haja imunização através das vacinas que se avizinham. Enquanto isso, conviver com o risco contínuo de contágio e a perda de milhares de vidas ainda será a triste rotina. Temos um ano de sobreviventes, tanto de pessoas quanto de empresas. Estímulo contínuo através de políticas públicas será fundamental para a travessia desse momento delicado. Precisamos de um plano para sobrevivência, esse é o foco. Desenha-se o Renda Brasil, novo programa de distribuição de renda que irá substituir vários programas sociais, especialmente o Bolsa Família cuja paternidade foi assumida por Lula. Não importa o nome nem a paternidade da solução, o que importa agora é garantir a sobrevivência das pessoas e das empresas.
O presidente irá capitalizar politicamente o novo programa, mas só isso não resolverá, será preciso muito mais e sem CPMF, porque se ela vier, o Renda Brasil será apagado. Está certo que recursos são oriundos de impostos, mas desses o brasileiro já está muito bem servido e não irá engolir mais um, tão injusto, desigual e em cascata como a CPMF ou qualquer outro nome que se queira dar a ele.