Os atletas Maciel Santos, da categoria Bc2, e Evelyn Oliveira, Bc3, serão os representantes do Alto Tietê na seleção brasileira de bocha paralímpica que disputará a Copa do Mundo do Rio de Janeiro na próxima semana. Eles ocupam a segunda posição no ranking mundial de suas respectivas categorias. O evento serve como preparação para o Mundial, que será realizado no fim do ano, também no Rio, com classificação para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Evelyn é atleta do Sesi, treina em Suzano, e foi a única mulher entre os seis melhores colocados da última paralimpíada. Para ela, sua posição no ranking faz com que suas próprias exigências aumentem para as competições que virão, porém, tenta levar isso de maneira positiva para melhorar seu desempenho e conquistar maiores feitos.
Maciel atua pela Associação Desportiva de Mogi das Cruzes (ADMC) e foi medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e ouro em Londres em 2012, além de ganhar o ouro na Copa América disputada em dezembro. A ADMC é parceria da Prefeitura de Mogi e os treinos acontecem no Centro Municipal de Paradesporto Prof. Cid Torquato, no Jardim Rodeio.
Caso vença a Copa do Mundo do Rio, o atleta desbancará o tailandês Watcharaphon Vongsa do topo do ranking. Maciel afirmou que todo seu treinamento deste ano será voltado para assumir a primeira colocação e garantir a única medalha de ouro que falta em sua carreira: o Mundial.

O treinador Paulo Santos e o assistente João Martins também integram a ADMC e a seleção brasileira. Paulo destacou a importância de um evento deste porte no país. "Culturalmente no mundo, a pessoa com deficiência é vista como coitada, mas nos últimos dez anos o esporte paralímpico tem dado muita visibilidade a elas. Um evento como este no Rio, em parâmetro mundial, dá acesso para que outros vejam as pessoas com deficiências, muitas vezes severas, competindo em um esporte de alto nível. Então a visibilidade que essa competição dará ao paradesporto é muito significativa", enfatizou.
A Copa do Mundo do Rio de Janeiro testará serviços como transporte, hospedagem e quadras para o Mundial de dezembro. “Esse campeonato preparatório é muito importante para se ter um campeonato de altíssimo nível no final do ano. Muitas atletas viajam e passam por temperaturas adversas, então eles testam isso também”, salientou Martins.
Para Santos, o esporte paralímpico tem mais espaço em comparação ao passado, mas ainda há desafios. "Ainda não está como gostaríamos aqui no município ou em âmbito nacional, falta muita coisa, mas com essa exposição do esporte, o poder público tem percebido a maior necessidade de ofertar equipamentos para as pessoas com deficiência. Na competição terá vans, carros, ônibus e hotel adaptados aos atletas. Acredito que vá ser bastante satisfatório”, complementou o treinador.
*Texto supervisionado pelo editor.