Projetos voltados à segurança no entorno das escolas, incentivo à leitura, promoção da saúde mental e sustentabilidade foram alguns dos destaques da sessão do Parlamento Estudantil 2025, realizada na manhã desta quinta-feira (16), no plenário da Câmara Municipal de Mogi das Cruzes. O encontro reuniu 24 vereadores jovens do Ensino Médio selecionados. Já nesta sexta-feira (17), será a vez dos 23 alunos do Ensino Fundamental II.
Segundo a Câmara, a edição deste ano do Parlamento Estudantil bateu recorde de participação: foram 325 projetos enviados por 46 escolas públicas e privadas, com 47 alunos selecionados. Ao longa da semana os jovens também participaram de outras atividades do projeto, incluindo uma aula cívica e cerimônia de diplomação na segunda-feira (13). Nesta quinta e sexta, eles apresentam seus projetos, podendo vivenciar na prática o processo parlamentar.
Antes da sessão ser comandada pelos jovens, o presidente da Câmara, Francimário Vieira, o Farofa (PL), destacou que a iniciativa incentiva a cidadania e promove a integração da juventude com demandas da cidade. Segundo ele, os projetos apresentados serão analisados pelos vereadores e podem se transformar em medidas reais.
Farofa também anunciou que o Parlamento Estudantil poderá ser ampliado nos próximos anos com a criação da Escola do Legislativo de Mogi, projeto que é estudado pela Comissão de Educação da Casa de Leis. “Esse Parlamento tem colaborado com o desenvolvimento de Mogi através dos projetos. Nós vamos implantar a Escola do Legislativo, que dará mais visibilidade ao Parlamento Estudantil e permitirá oferecer para os próximos participantes um material didático”, afirmou.
A vereadora Malu Fernandes (PL), que participou do projeto em 2016, também acompanhou a sessão: “O Parlamento 2025 surpreendeu demais. Os projetos são diversos, muito criativos, falando de problemas reais. Em 2016, eu participei do Parlamento Estudantil, foi meu primeiro contato com a Câmara, então eu sei da importância para eles, para entenderem seu papel como protagonistas”. Ela também comentou sobre a ampliação que deve ocorrer com a Escola do Parlamento. “Queremos ampliar esse conhecimento e essa capacitação para que eles possam ter ainda mais clareza sobre o dia a dia dos vereadores e como funciona a tramitação dos projetos”, concluiu.
Protagonistas
A sessão com os estudantes do Ensino Médio como vereadores começou com a eleição da mesa diretiva e seguiu o trâmite de uma sessão ordinária do Legislativo. Na galeria da Casa de Leis, pais, responsáveis, coordenadores de escolas e colegas acompanharam a sessão.
Os vereadores estudantis defenderam os projetos elaborados por eles, responderam a perguntas e receberam sugestões de outros participantes. Entre as propostas, iniciativas para ampliar o atendimento médico e odontológico de alunos, proteger e resgatar animais, oferecer capacitação em primeiros socorros, instalar sistemas de energia solar, entre outras.
Um dos projetos discutidos foi o de Maria Heloisa Soares Loureiro, da Escola Estadual (E.E) Professora Lucinda Bastos, que propôs a digitalização da biblioteca municipal para atender cadeirantes ou moradores de bairros mais distantes sem a necessidade de deslocamento. Samuel Gabriel de Souza Soares, da E.E Benedito de Souza Lima, propôs a preservação de nascentes e margens da represa Taiaçupeba. Já Rafaela Ferreira dos Santos, da E.E Professor Firmino Ladeira, sugeriu um programa de acolhimento familiar para idosos em situação de vulnerabilidade.
A participação foi comemorada pelos alunos, como Pietro Abílio Gonçalves Corrêa, do Colégio Guarani, que foi eleito presidente da mesa diretiva. “Foi incrível, extraordinário, algo que eu nunca imaginei que poderia viver. Espero poder voltar aqui. O projeto que apresentei propõe a criação de uma moeda digital para incentivar a reciclagem e oferecer benefícios à população. Minha principal inspiração foram as dificuldades que Mogi enfrenta em relação à reciclagem", destacou, citando o apoio de professores e colegas para o projeto.
Isadora Barros Neves, da Escola Técnica (Etec) Presidente Vargas, apresentou o projeto “Alunos Salvam Vidas”: “Eu não sabia desse projeto (Parlamento Estudantil), achei muito importante. Meu projeto capacita adolescentes em noções básicas de primeiros socorros, que podem salvar vidas em situações de emergência”.
Já a estudante Luana Santos, da E.E José Ribeiro Guimarães, resolveu abordar em seu projeto a iluminação comunitária, buscando contribuir com a segurança do seu bairro e de outras regiões de Mogi. “Achei muito interessante porque consegui articular a minha fala. Meu projeto trata da escassez de iluminação, da falta de manutenção e de problemas recorrentes na minha comunidade”, explicou.
Também acompanharam a sessão as vereadores Priscila Yamagami (PP) e Inês Paz (PSOL), e os vereadores Milton Lins, o Bi Gêmeos (PSD), Edson Santos (PSD) e Rodrigo Romão (PC do B).
