Na sessão ordinária nesta terça-feira (8), a Câmara de Mogi das Cruzes aprovou o Projeto de Lei Ordinária n°. 56/2025, que autoriza o poder Executivo a celebrar convênio com a secretaria estadual de Parcerias em Investimentos. De autoria da prefeita Mara Bertaiolli (PL), a propositura prevê execução de obras de implantação, melhorias e requalificação do entorno de estações, no âmbito do Lote Alto Tietê da concessão patrocinada da prestação do serviço público de transporte de passageiros sobre trilhos das Linhas 11, 12 e 13 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O projeto de lei menciona a promessa de extensão de quatro quilômetros da linha férrea entre a estação Estudantes e a de César de Souza.
Segundo a justificativa apresentada pela prefeita no texto do projeto, a iniciativa visa atender à crescente demanda por transporte público na região. "A cada dia, há um aumento na quantidade de pessoas que exercem o chamado deslocamento pendular", explicou Mara Bertaiolli, ressaltando que a região metropolitana de São Paulo possui um "alarmante déficit de transporte em comparação à demanda que depende deste".
O projeto de lei também destaca que a execução do convênio resultará em uma redução substancial no tempo de espera entre trens na Linha 11 – Coral, além de alcançar áreas carentes de transporte adequado e reformar estações. A expectativa é que estas ações "proporcionarão um aumento considerável na qualidade de vida dos cidadãos mogianos".
Otto Rezende disse que o PL marca um momento célebre na jornada de Mogi. “Nesta sessão ordinária histórica, estamos discutindo e deliberando um projeto importante. Substituir as passagens de nível, nas quais o trânsito de veículos cruza com o de trens está no projeto. Isso será feito por meio de túneis ou viadutos. O investimento estimado é de R$ 1,6 bilhão somente em Mogi das Cruzes. O cronograma vai até 2032. A maior parte das intervenções devem ficar prontas até 2030”.
Inês Paz (PSOL), apesar de votar favorável, usou a tribuna para fazer ressalvas. “É importante fazer algumas considerações. Nada é tão simples como foi falado neste plenário. A extensão dos trens de passageiros até César de Souza é algo que os mogianos sempre batalharam. No entanto, não é o que a gente vem vivenciando. Haverá um aporte de investimentos públicos enormes, mas quem desfrutará dos lucros será a iniciativa privada. O governador está vendendo o Estado de São Paulo. Falta um debate público amplo. As linhas de trem da Capital que já passaram pela privatização apresentam problemas constantes: atrasos, quebras e interrupções dos serviços”.
Rodrigo Romão (PCdoB) foi mais um a expressar sua opinião em plenário. “A privatização no Brasil repassa seus ativos para um grupo diminuto de investidores. A deixa é sempre a mesma: que as estatais não são eficazes, que são cabides de empregos e por aí vai. O estado está sucateando as estatais para, em seguida, privatizar os ativos nacionais em detrimento da qualidade dos serviços. Isso sem falar na precarização do trabalho e na redução das garantias dos trabalhadores. O que estamos votando hoje não é sobre a concessão. É apenas um termo de cooperação entre Mogi e o Governo do Estado para algumas intervenções. Vou votar favorável, mas continuarei fiscalizando as privatizações”.
Mauro Araújo também se manifestou. “Estamos votando este projeto com muita rapidez e não estamos discutindo o impacto para a nossa população. Também acho que faltam garantias de que todas as obras que Mogi precisa serão feitas. Ainda continuamos com quatro passagens de nível: Jundiapeba, Braz Cubas, Vila Industrial e arredores do Mogi Shopping. Se a linha de trem chegar até César, teremos uma quinta. Além disso, nossas estações parecem patrimônio histórico, tamanho é o abandono nos últimos 50 anos. Vamos ter que confiar no governador. Ele é um homem confiável, mas precisamos de garantias mais concretas. Não fico tranquilo, mas votarei favorável”.
O presidente da Câmara, Francimário Vieira (PL), o Farofa, foi mais um a usar a tribuna durante as discussões. “Houve um leilão há dez dias. Essas melhorias precisam ser aprovadas. Somente para Mogi, serão R$ 1,6 bilhão em investimentos. No próximo mês, haverá reunião para discutir as intervenções aqui em nossa Cidade. Apenas a extensão até César de Souza exigirá R$ 600 milhões em investimentos. Nossa prefeita Mara tem excelente relação com o Governo do Estado, e eu estou muito tranquilo. O Município não terá custo nenhum. O consórcio que ganhou o leilão fará os aportes necessários. Nem mesmo contrapartida a Cidade terá que dar”.
Jornalistas
Os vereadores aprovaram também a Moção nº. 57/2025, que homenageia o “Dia do Jornalista”, celebrado nesta segunda-feira (7). A homenagem, de autoria da vereadora Inês Paz (PSOL) e com a adesão de todos os parlamentares, reconhece a importância do trabalho jornalístico para a consolidação da democracia e o fortalecimento da cidadania.
A Moção destaca a atuação dos jornalistas como "trabalhadoras e trabalhadores que asseguram, com coragem e responsabilidade, o direito coletivo à informação, enfrentando cotidianamente desafios como censura, violência, precarização do trabalho e desinformação."
Além de celebrar a data, a Câmara Municipal, por meio da Moção, presta seu reconhecimento aos profissionais do jornalismo local e nacional, e saúda os veículos de imprensa da região que atuam com compromisso público, entre os quais: o Diário de Mogi, Mogi News, O Diário de Suzano, Gazeta Guaianases, Jornal A Semana, Notícias de Mogi, Rádio Metropolitana AM/FM, Rádio Bandeirantes Mogi, TV Diário, Jornal de Jundiapeba e sites e canais independentes de jornalismo local.
Inês Paz usou a tribuna para falar sobre a importância da data. “O dia nasceu em memória ao médico e jornalista Libero Badaró, assassinado em 1830 por suas posições políticas. Infelizmente, a imprensa que procura ser imparcial acaba sofrendo perseguição até os dias de hoje. O mesmo ocorreu com o jornalista Vladimir Herzog. É triste, mas atualmente muitas fake news são espalhadas. Precisamos fortalecer o bom jornalismo, aquele bem investigado e de interesse público. Parabenizo a todos os jornalistas que fizeram história para defender a liberdade de imprensa”.
O documento será encaminhado à Associação Brasileira de Imprensa (ABI), à Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), aos veículos de imprensa mencionados e às universidades e faculdades que oferecem cursos de jornalismo na Região.