Nos últimos meses o consumidor tem acompanhado de perto a alta nos preços de vários produtos. No acumulado de 12 meses até abril, a inflação oficial do país subiu 12,13%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este cenário tem afetado diretamente o bolso do brasileiro e o lugar que ele mais sente o peso da inflação, o supermercado. Em abril, o Índice de Preços dos Supermercados (IPS), apurado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) e pela Fipe, registrou alta de 3,02%, acumulando 16,49% nos últimos 12 meses.
O aumento no índice da Apas foi puxado, sobretudo, de acordo com a entidade, pelos preços internacionais das commodities e também por conta dos custos de produção, atingindo sobretudo os itens industrializados, que têm peso nas despesas das famílias. Segundo a Apas, o leite foi um dos produtos mais afetados em abril, com inflação de 11,94% no mês, a maior elevação desde julho de 2018, acumulando 23,28% nos últimos 12 meses.
O setor agrícola vem sofrendo forte pressão inflacionária causada principalmente pelo aumento dos combustíveis e pelas dificuldades da importação de fertilizantes, como informa a entidade. Segundo a Apas, os nitrogenados e fosfatados já apresentavam supervalorização desde o ano passado, tendência que se intensificou com a guerra na Ucrânia, pois a Rússia era a principal exportadora de fertilizantes para o Brasil.
Com um aumento de 23,75% nos últimos 12 meses, o óleo de soja também tem ficado cada vez mais caro. A entidade atribui a pressão da inflação no produto, também ao conflito entre a Rússia e Ucrânia, o mesmo ocorre com a alta no preço do petróleo e a redução de produção de óleo de girassol..
Na contramão das demais proteínas animais, os cortes suínos apresentaram deflação de 7,62% pelo 12º mês seguido, beneficiados principalmente pelo aumento de produção (4,86%) em relação ao mesmo período de 2021.