Dois servidores do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Mogi das Cruzes foram vítimas de misoginia e homofobia na última semana. Um print que circula nas redes sociais mostra a conversa do médico veterinário Eduardo Sigahi com outro colega. Nas imagens, Sigahi compara dois colegas, Thiago Batalha e Margareth Cunha, diretora do CCZ, com animais, de forma pejorativa. O cometário teria ocorrido em uma conversa privada entre o veterinário e um outro servidor público.
Thiago Batalha, chefe de divisão na Prefeitura de Mogi das Cruzes, relatou ao Portal News que descobriu o caso por intermédio de conhecidos. Ele informou que acionará judicialmente o responsável pelos comentários: “Já tenho um advogado, ele está cuidando do caso. Nós iremos acioná-lo judicialmente e tomaremos as medidas cabíveis”, explicou. O chefe de divisão explicou que o objetivo da ação é conscientizar sobre o crime de homofobia para que as pessoas aprendam e não façam brincadeiras acreditando na impunidade.
Sigahi, segundo Thiago, entrou em contato para se desculpar, mas para ele, não foi válido, já que houve a exposição e o ataque. “Os casos de homofobia têm crescido no Brasil e se as pessoas não tomarem atitudes drásticas em relação às brincadeiras, que fantasiam o preconceito, simplesmente as pessoas terão liberdade e se acharão no direito de maltratar umas às outras sem nenhum tipo de sanção”, afirmou o servidor.
Para o advogado Sylvio Alkimin, que representa Margareth e Thiago, qualquer tipo de preconceito e discriminação deve ser punido: “Foi realizada uma Notitia Criminis (Notícia Crime), levando ao conhecimento da autoridade policial o ocorrido e provas digitais preservadas”.
Repercussão
A vereadora Malu Fernandes (SD) fez uma fala de repúdio contra os comentários misóginos e homofóbicos do veterinário, na última quarta-feira, na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes, e prestou solidariedade aos servidores.
Na última sexta-feira, o Fórum Mogiano LGBT também veio a público repudiar as mensagens envolvendo os servidores. A organização solicitou na nota que não apenas providências judiciais fossem tomadas, defendendo que o funcionário responsável pelos comentários fosse punido pela prefeitura. “Ele foi desrespeitoso com esses servidores, mesmo que o objetivo fosse brincadeira. Tudo tem limite”, diz o texto.
Resposta
Em nota nas redes sociais, na última quinta-feira, o veterinário Eduardo Sigahi explicou que o comentário que viralizou era para ser uma brincadeira, e reconheceu o conteúdo de mal gosto, misógino, homofóbico, imaturo e covarde. O médico também afirmou que tinha consciência que nada justificava seu comportamento. O veterinário encerrou a nota informando que já havia contatado os envolvidos individualmente e pedido desculpas.
A reportagem do Portal News entrou em contato com a Prefeitura de Mogi das Cruzes, que afirmou que o caso está sendo apurado pela Secretaria Municipal de Saúde.
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