Mogi - A Câmara de Vereadores aprovou, na tarde de ontem, por unanimidade, a moção de apelo ao governo do Estado, por meio do Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) para a realização de obras emergenciais de desassoreamento do rio Jundiaí na região dos bairros Jardim Santos Dumont I, II e III.

A moção, de autoria do presidente do Legislativo Marcos Furlan (Pode), pede que o órgão possa dar atenção ao trecho do rio, que está no limite entre os municípios de Mogi das Cruzes e Suzano, que não teria sido contemplado com os pacotes de obras contra enchentes promovidos pelo governo do Estado no ano passado.

O autor da moção, durante o período de deliberação do tema no plenário, ressaltou que as ações são urgentes para as famílias, que sucessivamente sofrem com casos repetidos de enchentes, onde perdem os bens e a dignidade. "O rio Tietê está cheio, e sem um trabalho estratégico e ações efetivas, nossa cidade irá sofrer não apenas neste ano, mas nos próximos", explicou o vereador.

A vereadora Inês Paz (Psol) elogiou a moção de apelo do presidente da Câmara, onde reforçou a necessidade de obras contra enchentes em caráter efetivo. Outro ponto apontado foi a necessidade de criação de políticas públicas voltadas para a habitação, como a regularização fundiária, que permitirão obras mais extensas contra enchentes sem a remoção de famílias. "Vamos pegar no pé do vereador para que ele olhe para as famílias", declarou.

O vereador Carlos Lucareski (PV) também apoiou a moção de apelo ao governo do Estado, lembrando de seu trabalho com os moradores das comunidades. "Cada chuva é um estrago tremendo. As pessoas tem corrido para todos os lados, mas nada tem sido feito. A Prefeitura de Mogi não pode fazer a limpeza total, sabemos disso. Temos que olhar para aquelas pessoas", concluiu.

Segundo o DAEE, a estação Estaleiro do Rio Tietê registrava no dia 13 de março de 2021 um nível de 1,67 metros - um ano depois, o nível passou a ser de 2,29m.

Repúdio

A Câmara também aprovou, entre outras matérias, a moção de repúdio de autoria do vereador Maurino José da Silva (Pode), o Policial Maurino, contra o apresentador e comediante Danilo Gentilli e a plataforma de streaming Netflix, pela disponibilização do longa-metragem "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola" (2017).

O filme ganhou notoriedade nos últimos dias nas redes sociais por mostrar uma cena em que o personagem de um professor, interpretado por Fábio Porchat, tenta molestar sexualmente dois alunos sob sua tutela. Para críticos, a censura para menores de 14 anos do filme poderia passar noções errôneas sobre como lidar com a pedofilia, principalmente no ambiente escolar.

Os vereadores reforçaram em suas falas a necessidade de se defender os valores familiares e a possibilidade de normalização de práticas criminosas. A moção será encaminhada para a Secretaria de Cultura de Mogi para conhecimento, e em repúdio para a sede da plataforma de streaming de vídeo no país.