Neste domingo celebra-se o Dia da Defesa Ambiental. Dentre tantas efemérides que povoam nosso calendário, esta data tem um significado diferenciado para os homens e mulheres que vivem em nossa região, um dos últimos redutos de fauna e flora na Região Metropolitana de São Paulo.
O Cinturão Verde, nas últimas décadas, ganhou tons de cinza com o avanço da urbanização e do povoamento em Suzano, Mogi, Itaquaquecetuba e tantas outras. Inevitavelmente na marcha do progresso, abrimos espaço e invadimos o habitat de outras espécies.
No entanto, os últimos anos têm sido cruciais para o acerto de contas entre o homem e a Mãe Natureza. Da chuva de fuligem que atingiu o sudeste brasileiro vindo das queimadas na Amazônia aos extremos do tempo desequilibrado entre períodos de seca que nos ameaçam com a "crise hídrica" e as tempestades inclementes que destroem, matam e deslocam famílias: temos visto o impacto da falta de políticas conjuntas entre os três poderes para a preservação ambiental.
O trabalho de homens e mulheres das Guardas Civis Municipais, da Polícia Ambiental e dos setores de fiscalização das prefeituras no Alto Tietê tem atuado para a manutenção das Áreas de Preservação Ambiental (APAs). Nelas, a ameaça constante da grilagem de terras e a criação de assentamentos irregulares colocam em risco um dos bens mais preciosos do século XXI: a água potável, possível "ouro do futuro" para além das riquezas invisíveis das criptomoedas e outras invenções virtuais.
Há uma diferença entre amar o meio-ambiente e demonstrar este amor - e, em muitos casos, os resultados estão mais para a segunda opção do que para a primeira. A escolha de homens e mulheres capacitados para a gestão das Pastas de Meio Ambiente na região tem feito a diferença, no entanto é necessário fazer mais.
Cabe reforçar esta força com o empenho financeiro de projetos voltados à sustentabilidade, na fiscalização de obras que possam atingir áreas de várzea ou de mananciais, e que as ações e discursos estejam ambos alinhados na realidade, antes que a defesa do meio ambiente se torne mera formalidade de uma civilização derrotada pela própria gula.