Mogi - Membros da Câmara de Vereadores expressaram publicamente sua oposição e críticas às recentes tentativas das empresas concessionárias de transporte público de propor o aumento da tarifa de ônibus em até 100% na cidade a partir do próximo ano. Segundo os vereadores, tanto a concessionária quanto o poder público não podem nem devem adotar medidas que possam prejudicar a população ou o erário público.
As discussões tiveram início na etapa do Pequeno Expediente, espaço aberto para declarações dos parlamentares. O presidente do Legislativo, vereador Otto Rezende (PSD), usou a tribuna para colocar-se contra a proposta da empresa responsável pelo transporte público no município. "Desde já me coloco contra esta tentativa de aumentar em até 100% o valor da tarifa, uma vez que prejudica os trabalhadores que não tiveram um aumento na sua renda nem perto deste percentual. Este valor é o mesmo que colocar, na prática, um pai de família pagar para poder trabalhar", explicou o vereador.
O vereador José Francimário Vieira (PL), o Farofa, também colocou-se contra a proposta de aumento, bem como a possibilidade de adoção de um subsídio por parte do município para a empresa de transporte coletivo. "No caso de São Paulo, começaram com um valor de R$ 2,5 bilhões, que já passou para R$ 4 bilhões, que se tornou impagável para a prefeitura de lá. No passado, a cidade abriu mão da cobrança do ISS para tentar evitar o aumento. Nós temos que ver quais são as alternativas que serão adotadas pela Prefeitura neste momento", reforçou.
O presidente da Câmara também apresentou uma moção de apelo ao prefeito Caio Cunha (Pode), além dos prefeitos das demais cidades da região, para que mantenham a tarifa do transporte público em suas cidades em patamares acessíveis para a população. A proposta seguiu outra moção, apresentada minutos antes pelo vereador Clodoaldo Aparecido de Moraes (PL) pedindo que a empresa responsável retome a frota e itinerários que foram reduzidos durante a pandemia.
"Já começou o processo de conversas entre a empresa e a administração municipal, e precisamos ser bem claros e lembrar de casos como em Suzano onde uma apuração independente mostrou que o valor poderia ser até reduzido. Temos que nos movimentar para uma audiência pública para que tudo seja feito às claras, e não na calada da noite", afirmou a vereador Inês Paz (PSOL), contrária ao aumento.
A moção foi aprovada com a unanimidade dos votos presentes à sessão.
Ordem do dia
A Câmara aprovou ontem três projetos de Lei - um, de autoria do vereador Maurino José da Silva (Pode), o Policial Maurino, que regulamenta a instalação de botões de alerta às autoridades nos ônibus em caso de ocorrências dentro dos veículos; a criação do Dia Municipal de Memória às Vítimas da Covid-19, de autoria da vereadora Inês Paz, e a declaração de Utilidade Pública da Associação Mogiana Esporte e Educação Solidária, do vereador Osvaldo Antonio da Silva (REP).