Mogi - A retomada das aulas presenciais nas escolas públicas do Estado, anunciadas no início do mês pelo governador João Doria (PSDB), embora tenha gerado repercussões no Alto Tietê, profissionais da Educação não se mostraram satisfeitos com as determinações da Secretaria de Estado da Educação.
Segundo a vereadora Inês Paz, (Psol) e coordenadora do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o governo não foi responsável na retomada das aulas sem ponderar com os profissionais do setor, ou mesmo considerar o fim das medidas de distanciamento a partir de novembro.
"As escolas estão funcionando como 'depósitos' pois estão acontecendo as reformas das unidades, que não foram feitas no início do ano. Além disso, os profissionais enfrentam na Assembleia Legislativa uma agenda contínua de retirada de direitos - um estado de barbárie dentro e fora do ambiente escolar, reforçando o problema do desemprego, da fome e do aumento do custo de vida", explicou.
Em relação aos dados sobre o número de profissionais que estiveram contaminados pelo coronavírus (Covid-19) desde a volta às aulas presenciais, Inês Paz informou que os representantes dos professores e funcionários tentam continuamente se informar com o governo do Estado, mas que os números não tem sido confiáveis. "Notamos que há uma orientação para que os dados sejam maquiados, apresentando um número que está longe do real", explicou.
Sobre as movimentações dos professores estaduais, a vereadora informou que está prevista para esta semana uma reunião preparatória para um ato unificado do funcionalismo público estadual contra as medidas tomadas pelo Palácio dos Bandeirantes. O sindicato também estaria realizando uma campanha de divulgação dos nomes dos deputados estaduais que votaram favoráveis ao projeto de Lei Complementar 26/2021 - a reforma administrativa do governo do Estado.
Na esfera municipal, no entanto, a vereadora reforçou que a relação com a Secretaria Municipal de Educação com a volta às aulas tem sido diferente, e com uma pauta mais voltada à proteção dos alunos. "Há um decreto municipal para não ocorrer o retorno completo às aulas, as escolas devem analisar a realidade. Tivemos uma reunião com o secretário de Educação e reforçamos o pedido que não houvesse a flexibilização dos métodos de distanciamento, uma vez que temos casos de professores, diretores e alunos. Esperamos que a SME atenda", reforçou.