Nas eleições municipais desse ano, a possibilidade de renovação na Câmara Municipal de Mogi das Cruzes pode ser superior a 47,8%. Isso porque, dos 23 parlamentares, cinco já confirmaram que não concorrerão ao cargo e outros seis, caso tentem, podem ter a chance de se reeleger comprometida pela investigação que apura suspeitas de corrupção no Legislativo. Nas eleições de 2016, a renovação foi de 39%.
Cinco vereadores já confirmaram que estarão fora da disputa desse ano. Rinaldo Sadao Sakai (PL) sairá como vice-prefeito na chapa para reeleição de Marcus Melo (PSDB). Caio Cunha (Podemos) e Rodrigo Valderde (PT) também deixarão a Câmara para concorrer à prefeitura. Já José Antônio Cuco Pereira (PSDB) e Benedito Faustino Taubaté Guimarães (PTB) se aposentarão depois de sete mandatos.
Além dos vereadores que já declararam que não concorreram a reeleição, outros seis receberam mandados de prisão e cinco já foram presos preventivamente pela Polícia Militar por suspeita de envolvimento em corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
As ordens de prisão foram expedidas para os parlamentares Carlos Evaristo da Silva (PSB), Diego de Amorim Martins (MDB), Francisco Moacir Bezerra (PSB), Jean Lopes (PL), Mauro Araújo (MDB) e Antonio Lino da Silva (PSD) que ainda não se entregou à polícia. Como o caso está em fase de investigação, os vereadores presos podem concorrer à reeleição.
Entre os suspeitos, apenas um teve a candidatura confirmada. O Partido Liberal (PL) decidiu que Jean Lopes permanece na disputa. "Não se pode condenar uma pessoa antes dela se defender ou ser, de fato, condenada pela Justiça, baseada em provas", declarou o partido.
Repercussão
Para os eleitores mogianos entrevistados pela reportagem, os vereadores terão dificuldades em se reeleger. Para o aposentado Wilson Matsunaga, de 61 anos, a situação é vergonhosa "Eu não votaria em nenhum deles, é um absurdo um candidato envolvido em escândalos de corrupção ter a chance de ser reeleito. Além de tudo, ainda impedem que novos candidatos renovem a política", protestou.
O metalúrgico José Aparecido , 59, também não votaria em candidatos envolvidos em escândalos de corrupção. "É preciso analisar bem antes de votar, não é uma brincadeira. O voto precisa ser responsável para não acabar elegendo gente irresponsável", disse.
O artista digital, Eduardo Gomes, 17 votará pela primeira vez e vai pesquisar. "É importante ver todo o histórico do candidato para não acabar elegendo políticos suspeitos ou que já foram até presos", alertou.
Há também quem tenha desistido de votar, como a aposentada Clair Rocha de Moraes, 72. "Eles roubam e ainda querem participar da reeleição. Não vou mais votar em ninguém, perderam a chance comigo", desabafou.