As empresas suspeitas de lavar dinheiro para políticos da cidade teriam participado de transações na ordem de mais de
R$ 1,2 milhão nos últimos anos. Parte da quantia seria repassada a vereadores, inclusive para comprar apoio para aprovação de leis. A informação foi veiculada pelo site G1, na manhã de ontem.
No último dia 4, os parlamentares Carlos Evaristo da Silva (PSB), Diego de Amorim Martins (MDB), Francisco Moacir Bezerra (PSB), Jean Lopes (PL) e Mauro Araújo (MDB) foram presos preventivamente apontados pelo Ministério Público como integrantes de um grupo criminoso que orquestrava um esquema de corrupção na Câmara, incluindo contratos com a Secretaria Municipal de Saúde de Mogi das Cruzes e o Serviço Municipal de Águas e Esgotos (Semae).
A empresa MF Assessoria (da empresária Carla Salvino Bento, presa suspeita de pagar propina para conseguir contratos com o Semae), teria repassado à empresa de Mauro Araújo e de pessoas próximas o valor de
R$ 668,4 mil. Outras transações envolviam o vereador Chico Bezerra, enquanto secretário municipal de Saúde. Segundo o MP, na gestão de Chico na Pasta, a Organização Social Fundação ABC foi contratada, em junho de 2019, para gerir o Hospital Municipal de Mogi, em Braz Cubas. Já a Fundação ABC contratou a empresa São Francisco, seu filho, Pablo Bezerra, para gerir um equipamento de saúde em Santos. Transações na ordem de R$ 430 mil também foram registradas entre as empresas envolvidas.
Há ainda a aprovação de leis encomendadas que movimentaram entre o empresário preso Joel Leonel Zeferino e os parlamentares cerca de R$ 210 mil.
Sobre o contrato nº 34/2017, que trata da contratação de empresa especializada na prestação de serviços de controle, operação e fiscalização de portarias e edifícios do Semae, a Secretaria Municipal de Gestão da Prefeitura de Mogi informou que a licitação pública ocorreu por meio de pregão presencial, e a vencedora foi a que apresentou o menor preço.
O mesmo ocorreu em relação ao Hospital Municipal, quando a Fundação ABC venceu a concorrência pública aberta pelo município apresentando o menor preço, garantiu a Prefeitura.
A defesa dos vereadores e dos empresários afirmam confiar na Justiça e que provarão suas inocências. (F.A.)