As investigações da Polícia Civil de Guarulhos, que apura o suposto envolvimento do vice-prefeito de Arujá, Márcio José de Oliveira (Republicanos), no desvio de verbas da Saúde, está repercutindo nacionalmente. Por meio da Operação Soldi Sporchi (Dinheiro Sujo em italiano), as autoridades investigam, agora, o desvio de medicamentos de unidades públicas de saúde, também de Arujá, para a produção de cocaína para uma facção criminosa.
O traficante líder da facção, Anderson Lacerda Pereira, o "Gordão", pode entrar na lista da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) como um dos criminosos mais procurados do mundo. Uma grande reportagem veiculada anteontem pelo Fantástico, da Rede Globo, apontou ainda que o vice-prefeito de Arujá tem uma dívida com Gordão.
Isso porque o traficante teria emprestado dinheiro para a campanha política de Oliveira. Segundo informações da Rede Globo, Gordão também controlava a gestão de um hospital municipal e de uma unidade de Pronto Atendimento, por meio de organizações sociais (OS).
Além disso, era ele quem controlava a antiga empresa de coleta de lixo da cidade, que também tinha contrato para coleta de lixo hospitalar do Hospital e Maternidade Dalila Ferreira. Os medicamentos desviados para a adicionar à cocaína eram colocados em sacos de lixo e depositados pelos caminhões em lugares específicos.
Ausente, o prefeito de Arujá, José Luiz Monteiro (MDB), não se pronunciou. Em nota, a Prefeitura lamentou o ocorrido e disse ser vítima das irregularidades apontadas pela polícia em entrevistas.
Já a Comissão Processante da Câmara, que investiga denúncias que podem levar ao impeachment do prefeito e do vice, realizou na noite de ontem uma reunião para discutir os desdobramentos da Operação. Em julho, Oliveira foi preso pelo suposto desvio de verbas municipais da Secretaria Municipal de Saúde.
Apesar da informação do cumprimento em liberdade pelo vice-prefeito, a Prefeitura disse que não recebeu informações sobre o fato. (T.M.)