A redução de 50% dos veículos em circulação nas vias de Mogi das Cruzes nos quatro últimos meses, motivada pela pandemia do coronavírus, levou à queda de 19% das autuações no trânsito. As informações da Secretaria Municipal de Transportes mostram que, de janeiro a julho deste ano, foram registradas 54.226 autuações de fiscalização eletrônica. Já no mesmo período do ano passado, foram 66.968.
Todas elas foram documentadas pelos radares municipais, os quais a Prefeitura tem acesso constante à operacionalização. Das 54.226 autuações deste ano, a maioria refere-se à exceso de limite de velocidade - 51.841. O mesmo ocorreu no ano passado, quando das 66.968 autuações, 63.312 foram classificadas também pelo mesmo motivo. "Na avaliação da Secretaria Municipal de Transportes, a queda do número de autuações é devido à redução de mais de 50% na quantidade de veículos em circulação na cidade, devido à quarentena", informou a Pasta.
Principalmente durante os três primeiros meses mais críticos da pandemia - abril, maio e junho - a população seguiu a quarentena de forma rígida. Por este motivo, muitas pessoas aderiram ao trabalho remoto durante semanas ou meses, o que resultou na diminuição de veículos nas vias municipais.
Conforme publicado em edições anteriores do Grupo Mogi News, a antiga empresa que fazia a operacionalização dos radares municipais de Mogi retirou os medidores de velocidade nas duas últimas semanas, já que o contrato se encerrou. Os radares das vias municipais foram desligados e serão reinstalados pela nova empresa vencedora da última licitação - o Consórcio Caminhos Seguros Mogi.
A reativação de alguns dos radares desligados nas vias municipais estava marcada para começar a partir de amanhã, mas o contrato ainda não foi assinado pela nova empresa responsável pelo serviço. A Prefeitura garantiu que até o final desta semana o acordo será oficializado e os equipamentos serão instalados novamente.
Padrão
A diminuição das infrações no trânsito é um reflexo causado pela pandemia, evidentemente, não apenas em Mogi das Cruzes, mas em todo o país. Na vizinha Suzano, por exemplo, de janeiro a julho deste ano, 18.176 notificações de trânsito foram emitidas, ante 22.327 no mesmo período do ano passado.
Contramão
Se por um lado, o número de infrações diminuiu por conta da pandemia, por outro, estranhamente, o número de mortes no trânsito aumentou na região. Durante o período da pandemia de coronavírus (Covid-19), o G5 do Alto Tietê - Mogi, Suzano, Itaquá, Poá e Ferraz -, viu a quantidade de mortes no trânsito aumentar nas vias municipais e rodovias que cortam a região, na comparação com o ano passado.
De abril a junho, os três meses diretamente impactados pela pandemia com o fechamento de comércios e a paralisação quase que total da economia, 35 óbitos foram registrados, sete a mais que o mesmo período do ano passado, quando 28 pessoas perderam a vida após acidentes nas vias. Os dados são do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes (Infosiga) do governo paulista.
Na comparação com os últimos quatro anos, os dados não estão muito distantes, visto que, em 2018, ocorreram 42 mortes e, em 2017, 31, ou seja, nos últimos quatro anos este é o segundo pior índice de mortes no trânsito.
Somente em Mogi foi registrado o dobro de óbitos em decorrência de acidentes, com 22 falecimentos nos últimos três meses. Na comparação com os últimos quatro anos, os dados mostram que esse foi o pior desempenho, visto que em 2018 ocorreram 18 e, em 2017, 12 mortes.